Elon Musk conclui compra do Twitter por US$ 44 bi

Elon Musk de perfil

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Elon Musk completou a aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 235 bilhões), de acordo com vários veículos da imprensa internacional e de um investidor da empresa.

A mídia americana noticiou que, com a conclusão do negócio, imediatamente o diretor executivo do Twitter, Parag Agrawal, e o diretor financeiro, Ned Segal, deixaram a empresa.

De acordo com o site da bolsa de valores de Nova York, as ações da rede social terão negociação suspensa nesta sexta-feira (28/10).

A conclusão da compra ocorre depois de uma saga que incluiu o Twitter acionando a Justiça para manter de pé os acordos com Musk, que por um período tentou escapar do negócio.

O empresário tuitou na manhã desta quinta-feira (27) que seu objetivo ao comprar a plataforma não é ganhar dinheiro, e sim ajudar a humanidade, fazendo com que a civilização tenha “uma praça digital comum”.

No início desta semana, o bilionário postou no Twitter um vídeo de si mesmo entrando na sede do Twitter em São Francisco, EUA, carregando uma pia de cozinha e a legenda: “Let that sink in!”. Pia em inglês é “sink”, e a expressão “sink in” quer dizer algo como “cair a ficha” — então a legenda quis dizer algo perto de “Vamos fazer cair a ficha”.

Musk também mudou a descrição do seu perfil no Twitter para “Chief Twit” (“Chef Twit”).

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Legenda da foto,

Musk postou no Twitter um vídeo de si mesmo entrando na sede do Twitter carregando uma pia de cozinha e a legenda: ‘Let that sink in!’

Muitos analistas dizem que o preço que Musk está pagando pelo Twitter é muito alto, considerando a queda nos valores de ações do ramo da tecnologia e as dificuldades da rede social em atrair mais usuários e se expandir.

Em uma recente teleconferência, o empresário, também fundador da Tesla, disse que o Twitter é “um ativo que meio que definhou por muito tempo, mas tem um potencial incrível, embora obviamente eu e os outros investidores estejamos pagando demais pelo Twitter agora”.

Longo caminho para um acordo

Os primeiros investimentos de Musk no Twitter escaparam inicialmente da atenção do público. Em janeiro, ele começou a fazer compras regulares de ações, de modo que em meados de março já tinha acumulado uma participação de 5% na empresa.

Em abril, foi revelado que ele era o maior acionista do Twitter e, no final do mês, um acordo foi finalmente alcançado para a compra da empresa, por US$ 44 bilhões.

O bilionário disse que planejava remover contas spam da rede social e preservá-la como um local para a liberdade de expressão.

Mas em meados de maio, Musk, um prolífico usuário do Twitter, começou a mudar de ideia sobre a compra, citando preocupações de que o número de contas falsas na plataforma fosse maior do que o Twitter havia informado anteriormente.

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Em julho, ele anunciou que não queria mais adquirir a empresa. O Twitter, no entanto, argumentou que o bilionário estava legalmente comprometido em seguir com o negócio.

Para mantê-lo no acordo, o Twitter acabou entrando na Justiça.

No início de outubro, Musk retomou seus planos de aquisição da empresa com a condição de que os processos judiciais fossem interrompidos.

Mudanças à frente

Musk, um autodenominado “absolutista da liberdade de expressão”, tem criticado as políticas de moderação do Twitter.

Alguns usuários, principalmente os da direita norte-americana, argumentam que as vozes conservadoras são censuradas na plataforma, algo que o Twitter tem negado.

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, continua banido da plataforma — uma decisão que Musk disse anteriormente ser “tola” e que ele reverteria.

Mas outros temem que o relaxamento nas políticas de moderação abram caminho para a proliferação do discurso de ódio.

Em um tuíte endereçado aos anunciantes da rede social, Musk disse que a plataforma deve ser “quente e acolhedora para todos”.

Foi amplamente divulgado que, uma vez proprietário da plataforma, Musk conduziria grandes cortes de pessoal. No entanto, a Bloomberg informou que, em uma reunião com funcionários, o bilionário negou que cortaria 75% da equipe.

Mas trabalhar no Twitter pode se tornar mais desafiador. O fundador da Tesla tuitou anteriormente que os funcionários devem se preparar para princípios no ambiente de trabalho “extremos”.

O empresário também postou que seus planos para o Twitter incluem o “X, um aplicativo para tudo”.

Alguns interpretam que isso pode ser algo como o aplicativo WeChat, uma espécie de “superaplicativo” que incorpora diferentes serviços, incluindo mensagens, mídia social, pagamentos e pedidos de comida.

Fonte: BBC