Manhattan e aeroporto JFK agora conectados por mais um trem

Nova York acaba de ganhar uma nova – e polêmica – estação de trem, a Grand Central Madison, que passará a conectar o east side, que é o lado leste da ilha de Manhattan, à Long Island, especificamente o bairro de Jamaica, na região do Queens. Long Island, vale lembrar, é literalmente a “Ilha Comprida” que fica a leste de Manhattan onde estão o Brooklyn, o Queens e o aeroporto JFK. A novíssima estação faz parte do sistema ferroviário Long Island Rail Road (LIRR) e fica 17 andares abaixo do famoso Grand Central Terminal e da Madison Avenue, ocupando uma área que vai da 43rd Street à 48th Street.

Se você acha que algumas obras no Brasil são lentas, saiba que essa levou seis décadas de planejamento, quase 20 anos de construção e custou aos cofres públicos algo na casa dos US$ 11,6 bilhões. Para se ter uma ideia, entre 1900 e 1904 Nova York inaugurou 28 estações de metrô. Um século depois, foram necessários 17 anos para que fossem construídas apenas três novas estações. 

E essa inauguração é um baita acontecimento. Afinal, durante quase um século os passageiros vindos de Long Island só contavam com a Penn Station para desembarcar no coração de Nova York. Com o novo serviço ferroviário, de um dia para o outro eles passaram a economizar 40 minutos, somados a ida e a volta, em comparação ao trajeto antigo.

A nova estação é reluzente, iluminada e cheia de modernidades. Entre elas, a maior escada rolante da cidade, com 55 metros de extensão e tempo de 1 minuto e 38 segundos de “viagem”. Ou seja, mesmo que você não vá embarcar em nenhum trem, só a escada já é, digamos, um atrativo. E eu mesma fui lá só para dar essa voltinha. Lá embaixo, o que se encontra são oito novos trilhos e quatro plataformas em dois níveis.

Nesse momento, você pode estar se perguntando: 

A nova estação resolve a vida de quem chega do Brasil e pousa no JFK? 

Resolve, sim. A partir de agora, turistas passam a contar com mais uma linha de trem para ir do JFK até Manhattan. Até então, como eu contei nesta outra matéria, os passageiros que chegavam do Brasil pegavam o monotrilho para ir até a Jamaica Station e de lá embarcavam em um trem que em 20 minutos chega na Penn Station. Se o seu hotel estiver no lado oeste (west) da ilha, como Chelsea, Midtown West, Times Square ou Upper West Side, o seu destino continua sendo a Penn Station. Em contrapartida, caso o seu hotel esteja no lado leste (east), como Midtown East ou Upper/Lower East Side, na mesma Jamaica Station você deve embarcar no trem com destino a Grand Central Madison Station.

As paredes da estação são decoradas por obras de diferentes artistas.
Ao corredores da estação estampam obras de diferentes artistas. Marc A. Hermann / MTA/Divulgação

Quem mais deve se beneficiar dessa nova estação?

Sobretudo os moradores de Long Island, que antes precisavam ir até a Penn Station, que fica no lado oeste (west), para então fazer uma baldeação e seguir até o lado leste (east). E, claro, os moradores do east side e de Long Island que antes precisavam se deslocar até a Penn Station, no west side, para pegar o trem até a Jamaica Station e de lá seguir até o JFK. E para os viajantes, repito, a nova estação representa mais uma maneira de se deslocar entre Manhattan e o JFK: as duas opções custam US$ 13 e levam 20 minutos até a Jamaica Station, de onde parte o AirTrain – o monotrilho gratuito que circula entre os oito terminais do aeroporto.

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Mesmo que eu não vá usar a nova linha, tem algo ali para se ver?

Tem sim! A começar pela Grand Central Station, que é um ícone e que já foi cenário de vários filmes. Você pode aproveitar para fazer uma boquinha no food hall ou no Oyster Bar (falei de ambos aqui). Seguindo as placas e descendo em direção à nova estação, há uma espécie de galeria com obras de diferentes artistas, mas a mais aguardada ainda está por vir: um mosaico da japonesa Yayoi Kusama. Nas paredes do terminal também estão gravadas homenagens a Nova York feitas por diversos artistas e escritores, como Toni Morrison e Lin-Manuel Miranda. Porém, uma delas deixou a Metropolitan Transportation Authority (MTA) em uma tremenda saia justa. Em uma citação atribuída a Georgia O’Keeffe, o sobrenome da pintora foi gravado com um “f” em vez de dois. A companhia promete corrigir a gafe gravada em pedra.

Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
Mural feito por Kiki Smith. Marc A. Hermann / MTA/Divulgação

Os trens da Grand Central Madison para a Jamaica Station funcionarão inicialmente das 6h15 às 20h durante a semana e das 7h às 23h nos finais de semana. As saídas acontecem a cada 30 minutos em ambas as direções fora do horário de pico e uma vez por hora nos períodos de pico. 

Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
Mapa da estação Grand Central Madison. MTA/Divulgação

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Fonte: Viagem e Turismo