Com sete milhões de pessoas, Hong Kong, na China, tem um
número considerado baixo de infectados e mortos pela COVID-19. A explicação
pode estar no uso de máscaras que, segundo especialistas, funcionam como uma
primeira barreira de proteção. Quem usa está protegendo as pessoas ao seu redor
e a chance de transmitir o vírus é menor.
Diversos estudos realizados mostram que o uso de máscaras cirúrgicas
pode, sim, diminuir o risco de transmissão de vírus causadores de doenças
respiratórias. A conclusão foi apresentada em um artigo publicado na
sexta-feira (3) na revista Nature Medicine. A evidência de que as máscaras são
barreiras eficazes para impedir a passagem de certos patógenos surge em um
momento oportuno.
Uma boa notícia é que outros tipos de máscaras faciais,
feitas de tecido e caseiras, também barram o vírus em até 70%. O Ministério da
Saúde do Brasil divulgou inclusive um manual de como fazer essas máscaras e
como usá-las. (veja abaixo)
“O uso da máscara por uma pessoa infectada seja sintomática
ou assintomática diminui a dispersão das gotículas e por consequência a carga
de vírus ambiental. Temos as máscaras de materiais sintéticos ou papel tratados
que são utilizadas pelo pessoal de saúde e são essenciais nesses tempos de
coronavírus. A população não deve utilizar estas máscaras para poupá-las para
os médicos, enfermeiros, e outros profissionais lidando diretamente com os
pacientes internados com Covid-19. Porém, o resto da população deve se
beneficiar também deste equipamento utilizando máscaras caseiras feitas de pano”,
afirma a microbiologista Natalia Pasternak ao jornal O Globo.
“Vamos utilizar as máscaras de pano comerciais ou caseiras o
tempo todo porque, mesmo que uma máscara de pano, dobrado 2 a 3 vezes, não
barre 100% a carga de vírus exalada ou inalada no meio ambiente, ela pode
barrar algo entre 60% e 70% . Assim, a carga de vírus depositada em superfícies
diminui e consequentemente a transmissão do vírus também cai”.
De acordo com um time de especialistas entrevistados pelo
jornal, este benefício se dá de duas formas: quem está infectado só deixa e só
exala 30% da carga de vírus e os não infectados só recebem 30% dos 30%
exalados, ou seja, 9% da dose infectante. Isto é uma queda formidável na dose
infectante e, além desse benefício, a máscara caseira protege o nariz e boca
contra uma autoinoculação. Assim o uso em larga escala da máscara baixaria
drasticamente a carga de vírus circulante na comunidade.
Vale lembrar que uma vacina muito eficaz imuniza 90% dos
indivíduos e pode nos livrar de epidemias de sarampo, poliomielite etc. Em
analogia, o uso em larga escala da máscara caseira, em casa ou na rua, seria
como uma vacina contra o coronavírus. Porém, é uma vacina que deve ser
utilizada todos os dias.
Mas, importante: o uso da máscara de pano não pode
substituir o isolamento social, a higienização das mãos, e o cuidado de não
levar as mãos ao rosto. Ela é uma medida de prevenção aditiva. (Com informações
do jornal O Globo)
O Ministério da Saúde do Brasil divulgou um manual para
fazer máscaras caseiras. Acesse aqui.
Fonte: AcheiUSA