Médicos alertam para outras síndromes desencadeadas pelo coronavírus

Especialistas alertam que a COVID-19 vai muito além de uma infecção no sistema respiratório. A doença que já matou 293 mil pessoas em todo o mundo e infectou 4.2 milhões pode causar inflamações severas e outras síndromes graves.

Médicos que tratam pacientes com coronavírus afirmam que
estão vendo diversas outras doenças associadas à COVID-19, incluindo obstrução de
veias e artérias, falência de órgãos, inflamações no coração e outras doenças
autoimunes.

Segundo informações da CNN, um paciente de 38 anos que
estava sendo tratado com coronavírus em New York, foi para casa por estar com
sintomas leves. Ele foi diagnosticado em uma clínica de urgência e foi mandado
para casa. Alguns dias depois, o paciente acordou com uma fraqueza nas pernas
que o impediam de andar.

O cirurgião cardiovascular Sean Wengerter afirma que o homem
foi diagnosticado com uma obstrução grave na artéria, que impediu o transporte
de sangue para as pernas. “Essa é uma condição extremamente grave que pode
matar entre 20% e 50% dos pacientes. É muito raro acontecer com uma pessoa de
38 anos”, explica o médico. O paciente passou por cirurgia de emergência e se recuperou.

“Não há dúvidas de que o vírus ataca as veias e isso
significa que todo o corpo é afetado”, afirma o médico.

Outro sintoma observado em pacientes é um inchaço nos dedos
dos pés, possivelmente causado pela falta de circulação do sangue. “Doentes com
o coronavírus têm observado os dedos vermelhos e pés inchados”, disse o pneumologista
da Cleveland Clinic, Humberto Choi.

Síndrome rara em crianças

Em New York, 100 casos de “síndrome inflamatória
multissistêmica pediátrica” estão sendo investigados. A síndrome é uma resposta
exacerbada do organismo que acaba por agredir o próprio corpo e que tem
características semelhantes a outras condições, como as síndromes de Kawasaki e
do choque tóxico. 

Um documento distribuído pelo Departamento de Saúde do
Estado de New York alertou para possíveis indicativos desse problema: febre,
sintomas abdominais, erupção na pele, miocardite e outras alterações cardiovasculares.
Alguns casos, diz o texto, podem necessitar de tratamento intensivo. Essa
síndrome, alerta o informativo, pode ocorrer dias ou semanas após a fase aguda
da COVID-19. 

Marcelo Otsuka, coordenador do comitê de infectologia
pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), diz que um dos pontos
que já foram observados na infecção pelo coronavírus é a chamada “tempestade
inflamatória”, ou seja, a reação que ele produz no nosso corpo. 

“Da mesma forma que vemos a tempestade inflamatória por
conta da infecção, sabemos que algumas doenças ocorrem por autoimunidade. Isto
é, o corpo agredindo o próprio corpo pela resposta imune exacerbada. Doenças
como Síndrome de Kawasaki e Síndrome de Guillain-Barré acontecem em função
dessa resposta. São situações um pouco mais raras e associadas a várias outras
doenças desencadeantes”, explica o médico ao site GaúchaZH.  (Com informações da CNN e GaúchaZH)

Fonte: AcheiUSA