Morcegos são responsáveis por 7 a cada 10 casos de raiva nos EUA, diz CDC

Além de cães e gatos, morcegos e raccoons também transmitem a doença.

Nos Estados Unidos, o culpado por trás da maioria dos casos de raiva humana passou de cães para morcegos. Os mamíferos voadores agora causam 7 dos 10 casos de doença no país, de acordo com um relatório do Centers for Disease Control and Prevention.

Em 2018, cerca de 55.000 pessoas nos Estados Unidos receberam tratamento pós-contato ou exposição a um animal com a doença.

Ao longo de 80 anos, de 1938 a 2018, houve mudança na forma como a doença é transmitida. Os pesquisadores descobriram que a maioria das infecções veio de mordidas de cães até 1960, quando as espécies selvagens – especificamente morcegos – se tornaram a principal fonte de infecção humana.

A redução da infecção em cães foi fruto de esforços de âmbito nacional nos anos 1950 que obrigou a população a vacinar os animais de estimação, além de outras leis relacionadas ao controle de zoonoses, afirma o relatório.

Morre na FL vítima de raiva transmitida por mordida de morcego

“Reduzir a raiva em cães é uma conquista notável do sistema de saúde pública dos EUA, mas com essa doença mortal ainda presente em milhares de animais selvagens, é importante que os americanos estejam cientes do risco”, disse o diretor do CDC, Robert Redfield.

O número de mortes nos Estados Unidos variou de 30 a 50 por ano na década de 1940, mas desde então caiu para uma a três mortes por ano graças à vacinação de rotina com animais de estimação e da disponibilidade de tratamento pós-exposição com vacinas e imunoglobulinas, proteínas que ativam o sistema de defesa do corpo para combater a infecção.

Guaxinins são responsáveis por 65% dos casos de raiva animal na FL

O CDC recomenda três passos para evitar a raiva: Evitar contato com animais de vida selvagem, vacinar animais de estimação e procurar atendimento médico rapidamente em caso de mordida ou contato com saliva de animal selvagem.

Transmissão e sintomas

A raiva é um vírus que infecta mamíferos. Quando um animal infectado morde um ser humano, a doença é transmitida da saliva, pela ferida aberta e pelos nervos, onde o vírus vai para o cérebro e para a medula espinhal. Esse processo pode levar entre três e 12 semanas.

Antes de o vírus chegar ao cérebro, uma pessoa pode não ter sintomas ou apenas sintomas leves, como febre, fraqueza ou desconforto. Nesta fase, uma pessoa pode obter tratamento pós-exposição e ainda sobreviver. Mas uma vez que o vírus penetra no cérebro, ele se multiplica e passa por glândulas que produzem saliva, tornando-se mais de 99% fatais.

Nesse momento, uma pessoa pode apresentar sintomas como confusão, comportamento anormal, alucinações, insônia, baba, dificuldade para engolir e hidrofobia, medo da água. A maioria das pessoas morre dentro de uma a duas semanas após esses sintomas tardios.

Animais selvagens

De 1960 a 2018, 125 casos de raiva humana foram registrados nos Estados Unidos. Destes, 28% vieram do contato com cães fora dos Estados Unidos, onde as vacinas anti-rábicas podem não ser obrigatórias ou não estão disponíveis. Os casos adquiridos nos Estados Unidos vieram de espécies silvestres, com 70% resultantes de mordidas ou arranhões por morcegos e o restante devido ao contato humano com guaxinins, gambás ou raposas.

Flórida

Em um caso de ataque de animal selvagem e prevenção à transmissão da raiva na Flórida, a arquiteta brasileira Dani Guardini, atacada por um guaxinim na porta de um restaurante em Miami em agosto do ano passado, correu para o hospital para receber a vacina antitetânica e antirrábica, injeções próximo à ferida aberta (para evitar infecções, segundo os médicos), além de antibióticos. Relembre o caso aqui.

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Fonte: Gazeta News