Pitcairn Islands

Quem nunca pensou em se isolar em uma ilha? Bom, talvez não muitos, mas eu sim…. viver em um local com pouca gente é uma opção que muitos hoje em dia têm tido. Há uns dias comecei a assistir Passengers com a Jennifer Lawrence e o Chris Pratt. É sobre uma nave espacial que leva habitantes da terra que escolheram uma opção um “pouco” mais radical que morar em uma ilha deserta, a de morar em outro planeta cento e vinte anos distante daqui. A câmara de hibernação do personagem do Chris Pratt quebra e ele acorda noventa anos antes do tempo – a solidão o faz (de uma forma meio egoísta e desesperadora, digamos) acordar outra passageira, a Jennifer Lawrence. Bom, encurtando, eu acabei não assistindo inteiro porque já havia assistido, e fui fuçar o IMDB, o Facebook, o Instagram, etc.

Um amigo postou no Facebook que um videogame sei-lá-o-quê de pilotar aviões, diz que tem TODOS os aeroportos do mundo. Ora, seria realmente uma façanha grande, então fui no Google Maps procurar o aeroporto mais isolado que já fui, no atol Hao na Polinésia Francesa, pra copiar e colar em sua mensagem. Eis que vi ao lado a Ilha Pitcairn e cliquei nos links sugeridos para ler mais. Sim, mente de quem déficit de atenção funciona assim, meio caótica.

Por viajar muito e me interessar pelos locais que costumam aparecer na etiquetas do material que recebo (conchas para coleção), já havia lido sobre Pitcairn – e certamente muitos ouviram falar sobre o motim do HMS Bounty, que virou filme. Os tripulantes se amotinaram, jogaram o capitão e quem era fiel a ele em um bote com alguns mantimentos e os deixaram à deriva. Os amotinados ficaram em ilhas pelo caminho, entre elas Pitcairn. (momento Markuspédia).

Como não me satisfaço em me desviar só um pouco do que estava fazendo, segui outros links até chegar no site oficial do local, que é território ultramarino britânico. Somente 56 pessoas habitam a ilha principal – e o governo recebe de braços abertos quem queira se estabelecer lá! Ainda existem descendentes do Bounty – e de polinésios que inicialmente povoaram o local junto com os amotinados. A única forma de chegar lá é através de um navio que sai de Mangareva, a ilha mais afastada da Polinésia Francesa – onde estive há uns anos, e que leva dois dias para chegar. Somente doze pessoas podem visitar a ilha ao mesmo tempo, senão afunda – brincadeira, o limite deve ser pelo fato de nem terem onde abrigar mais que este número de visitantes. 

O site do governo dá todas as dicas para quem quiser morar lá, inclusive não cobram (!?!) o terreno caso construa sua casa! Não há muita infraestrutura na ilha – mas tem internet. Tem um restaurante/oficina (sim, os dois juntos, tipo “me vê um espaguete à bolonhesa e um filtro de óleo, por favor”), uma pizzaria, um café, uma “general store” onde você pode comprar mantimentos e mais alguns outros poucos estabelecimentos comerciais. E eles não ficam abertos o tempo todo, também, pra quê?

Então, eu até pensaria em me mudar para lá, não sou um cara muito sociável e gosto do mar. Só precisaria levar uma companhia comigo, já que acho que o Tinder não funciona na ilha. Será que a Jennifer Lawrence toparia ir comigo?

Fonte: AcheiUSA