Segundo MTur, maioria dos turistas com deficiência não usa agente de viagem

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Grupos com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida possuem alta incidência de viagens acompanhadas

Grupos com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida possuem alta incidência de viagens acompanhadas

O Ministério do Turismo (MTur) divulgou na última terça-feira (11) um mapeamento do perfil do turista com deficiência, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Entre os resultados alcançados, o levantamento revelou que o turista com deficiência visual é o que mais viaja sozinho, enquanto os grupos com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida possuem alta incidência de viagens acompanhadas. Além disso, o grupo de pessoas com deficiência intelectual, mental ou com transtorno do espectro autista têm a maior porcentagem de sempre viajar acompanhados.

Os respondentes ainda destacaram a importância de se ter informações adequadas e precisas sobre a acessibilidade do lugar de acordo com o tipo de deficiência.

Acerca da escolha do destino, alguns fatores se mostraram importantes para o turista com deficiência, entre elas: hotéis com acessibilidade e quartos e banheiros adaptados; comércio local próximo ao hotel e também com acessibilidade; transporte público acessível; e presença de intérpretes de libras nos locais mais necessários. Ainda, eventos culturais e artísticos, opções de diversão para os filhos, preço competitivo e gastronomia típica também estão presentes entre os fatores que determinam a escolha do viajante mapeado.

MAIORIA NÃO UTILIZA AGÊNCIAS DE VIAGENS

Segundo a pesquisa, a grande maioria do perfil mapeado não utiliza agências de viagens e prefere contratar diretamente os serviços turísticos, como transporte, meios de hospedagem e atrativos.

Aqueles que utilizam os serviços de agências declaram que não percebem atendimento nem oferta diferenciados, e não existe a possibilidade de pacotes mais customizados. Ocorrem também, de acordo com o levantamento, falhas na comunicação entre agente/operador e o cliente.

EXPERIÊNCIAS DO TURISTA

Sobre o transporte, o estudo revelou que ainda há carência no transporte público ou privado, e que as rodoviárias estão muito distantes da acessibilidade necessária para o grupo. As companhias aéreas, apesar de precisarem de adaptações nas aeronaves, estão à frente por oferecerem atendimento diferenciado no check-in e check-out.

Já no quesito hospedagem, a acessibilidade ainda não foi pensada de modo global dentro dos hotéis. Também falta preparação e qualificação daqueles que orientam pessoas com deficiência.

Uma exceção, segundo os viajantes, é a cidade de Socorro (SP) que se tornou um modelo de turismo acessível.

CIDADES ACESSÍVEIS

Além de Socorro, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba aparecem entre as cidades com maior acessibilidade. Recife, Natal, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre estão no caminho para se tornarem mais acessíveis.

Na contramão, Manaus, Goiânia, interior de Goiás, região do Pantanal, praias em geral e Brasília, aparecem entre as cidades e regiões com menor acessibilidade.

O mapeamento também apontou as barreiras para realização de uma viagem. Entre elas, estão: Despreparo das pessoas e profissionais do Turismo para lidarem com a pessoa com deficiência; receio de que não será compreendido na cidade a ser visitada (para deficientes auditivos, por exemplo); e transporte coletivo sem acessibilidade.

Fonte: PANROTAS