
Mais de 70% dos participantes de uma pesquisa disseram que quando Trump e Pence viajam, eles devem cobrir o rosto em locais públicos
O Presidente Donald Trump enfrentou muitas críticas dos democratas em toda a pandemia de coronavírus; inclusive por sua recusa em usar uma máscara. Entretanto, de acordo com uma nova pesquisa, até a maioria dos republicanos pensa que Trump e o vice-presidente, Mike Pence, devem cobrir o rosto quando se apresentam em público. A opinião representa um raro ponto de consenso bipartidário durante uma crise de saúde pública que se tornou profundamente politizada.
Seja incentivando uma rápida reabertura econômica ou acusando a China por manipular o surto inicial, os parlamentares do Partido Republicano e as principais figuras do partido se alinharam contra o coronavírus, Enquanto isso, Trump procura planejar uma recuperação financeira e salvar sua campanha de reeleição.
Com relação ao uso de máscaras, mais de 70% dos participantes de uma pesquisa da Politico/Morning Consult publicada na quarta-feira (13), disseram que quando Trump e Pence viajam, eles devem cobrir o rosto em locais públicos. Concordando com essa posição estão 82% dos democratas, 70% dos independentes e 58% dos republicanos. Apenas 12% dizem que o Presidente e o Vice-Presidente não devem usar máscaras em locais públicos e 17% dizem que não sabem ou não têm opinião.
“Quando se trata do Presidente Trump e do Vice-Presidente Pence, há um raro consenso bipartidário entre os eleitores de que eles deveriam estar usando máscaras quando em público. Esta questão certamente permanecerá no centro do palco, pois a Casa Branca lida com o seu próprio surto de COVID-19”, disse Tyler Sinclair, vice-presidente da Morning Consult.
Os resultados da pesquisa revelam que as máscaras se transformaram em um símbolo político “estranho”, assumindo novo significado ideológico para os estadunidenses divididos entre a virtude do sacrifício pessoal e o valor da liberdade individual. A Casa Branca inicialmente relutou em aprovar o uso de máscaras quando a doença começou a se espalhar pelos EUA, com o cirurgião geral Jerome Adams especialmente cético com relação à sua eficácia.
Há um mês, metade dos eleitores do Partido Republicano (GOP) disseram estar mais preocupados com a saúde pública do que com a economia. Agora, esse número é menor que 2 em cada 5 entrevistados, apoiando Trump e legisladores do Partido Republicano a favor da reabertura da economia. Entretanto, no final de março, o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, revelou que a força-tarefa do coronavírus da Casa Branca estava considerando seriamente a orientação do uso de máscaras e, no início de abril, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) começaram a incentivar o uso de máscaras quando fora de casa.
Trump, no entanto, disse que não seguiria as recomendações de seu próprio governo.
“De alguma forma, sentado no Salão Oval atrás daquela linda mesa, a grande Mesa Resoluta, acho que usando uma máscara facial enquanto cumprimento presidentes, primeiros-ministros, ditadores, reis, rainhas, eu não sei. De alguma forma; não imagino isso por mim mesmo”, disse o Presidente.
Entretanto, à medida que o surto se agravava e a pressão do público para usar máscaras aumentava, Pence se viu envolvido em polêmica no final de abril, durante uma visita à Clínica Mayo. O vice-presidente rejeitou a política do hospital de que todos os visitantes cobrissem o rosto e admitiu dias depois que “eu deveria ter usado uma máscara”.
Fonte: Brazilian Voice