Flávia de Oliveira, esposa de Charabati, testemunhou com a ajuda de uma tradutora.
Da redação
Na terça-feira, dia 04, a esposa de um homem assassinado em Manchester, New Hampshire, em 2020 testemunhou que ela teve um relacionamento anterior com o suspeito de ter praticado o homicídio. O caso se tornou conhecido da comunidade, pois tanto ela quanto o acusado são brasileiros.
Anderson Pereira foi preso em outubro na Flórida e será julgado por assassinato em primeiro grau. Após uma longa investigação envolvendo agências locais, estaduais e federais, ficou concluído que ele é o único suspeito da morte de Zakhia Charabati.
Flávia de Oliveira, esposa de Charabati, testemunhou com a ajuda de uma tradutora. Ela disse que tinha visto o marido pela última vez em março de 2020. “Sim, a última vez que o vi foi no dia 12 antes de ele ir trabalhar”, afirmou ela.
O corpo de Charabati foi encontrado durante o verão por agentes do FBI. Ele estava enterrado no fundo de uma propriedade em Methuen, Massachusetts.
Durante a audiência, a brasileira confirmou que teve um relacionamento e morou com Anderson, mas o deixou em novembro de 2019 e foi morar com Charabati.
Ela disse que se casou com Charabati dois meses depois, e ele desapareceu sessenta dias após o casamento. Flávia também afirmou que o marido sabia de sua relação com Anderson e tinha ciúmes dela.
“Sim. Depois que começamos um relacionamento, ele ficou muito, muito ciumento”, disse. “Ele tinha um ciúme absurdo de Anderson”, continuou.
Flávia já testemunhou que dias antes de Charabati desaparecer, eles tiveram uma discussão, pois ele (a vítima) expulsou o filho dela de casa, então ela e seu filho foram para a casa de Anderson naquela noite.
As mensagens trocadas com seu marido no dia em que ele desapareceu revelaram que ela e Charabati discutiram sobre o retorno deles para sua casa no dia seguinte.
Anderson, que continua sob custódia, também estava na audiência que vai se acontecer por mais alguns dias.
ENTENDA O CASO
Zakhia foi visto pela última vez no dia 12 de março de 2020, em sua casa, em Pasture Drive, Manchester. Ele foi dado como desaparecido dois dias depois, após não comparecer ao trabalho. Seu corpo foi recuperado pelo FBI em 9 de julho de 2020.
Os restos mortais estavam enterrados nos fundos de uma propriedade na 145 Milk Street, em Methuen, Massachusetts.
O carro de Zakhia já havia sido encontrado em Lawrence, Massachusetts.
A polícia chegou até o nome de Anderson como suspeito depois que a família monitorou o relógio utilizado por Zakhia, um Apple Watch. Através do GPS, o aparelho foi encontrado em uma lixeira próximo à divisa de Methuen com Lawrence. Um dos estabelecimentos nas imediações tinha um sistema de câmera de vigilância. Após uma análise, o suspeito foi visto se desfazendo dos pertences da vítima.
Na época da morte, algumas pessoas chegaram a suspeitar do envolvimento da ex-esposa de Anderson, uma vez que ela estava em um relacionamento com Zakhia. Agora, os investigadores esperam que a prisão possa esclarecer tudo o que aconteceu.
Antes do velório de Zakhia, a carioca de Barra do Piraí, Flávia Charabaty, que era companheira da vítima, foi à igreja antes do corpo chegar. Após a chegada, ela ficou por cerca de 40 minutos, sozinha, velando o corpo do marido. Depois disso, um funcionário da funerária se aproximou e pediu para ela deixar o local, antes da chegada da família do falecido.
Isso ocorreu porque a família suspeitava que ela tenha tido participação na morte de Zakhia.
Anderson é mineiro de Governador Valadares e residia na cidade de Methuen (Massachusetts) na época do crime. Ele era gerente de uma churrascaria da rede Texas Road House, mas ficou conhecido pela comunidade por administrar alguns restaurantes brasileiros.
Além do homicídio, ele também é suspeito de ter furtado quase US $25 mil de uma empresa de turismo com sede em Massachusetts.
Todos os suspeitos citados neste texto são considerados inocentes até que um juiz os declare culpado.
Fonte: Brazilian Times