Conferência discute direitos de homossexuais imigrantes nos EUA

O artista Nicolas González-Medina falou, no sábado (18), diante de cerca de 200 pessoas. Ele…

O artista Nicolas González-Medina falou, no sábado (18), diante de cerca de 200 pessoas. Ele é um imigrante indocumentado, que mora nos Estados Unidos sem permissão do governo. O som dos aplausos que saudou o seu pronunciamento não poderia abafar o perigo de prisão e deportação, especialmente na Filadélfia (Pensilvânia), uma cidade que abriga um dos escritórios mais agressivos do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) do país, e onde os imigrantes sem documentos habitualmente vivem nas sombras.

“Para mim, é uma responsabilidade compartilhar minha experiência, minha arte e minha voz e dar às pessoas um pouco de coragem”, disse ele. “Mais pessoas sem documentos devem se manifestar, porque é crucial”, continuou.

Ele destacou que as decisões que afetam a vida dos imigrantes não sejam feitas apenas por “homens brancos mais velhos que dominam o governo federal”.

Nicolas, de 32 anos, chegou aos Estados Unidos, vindo do México, quando tinha 6 anos de idade, e cresceu em Chicago (Illinois) e hoje mora em Oakland, na Califórnia.

No sábado, ele se juntou à grande quantidade de latinos transgêneros, bissexuais e gays que viajaram para a Filadélfia. Pessoas de todo o país participaram da primeira “Conferência Nacional da Familia: Trans Queer Liberation Movement”.

O grupo que existe há cinco anos, tem sede em Los Angeles, e trabalha para destacar as lutas de pessoas trans e homossexuais, ajudar os confinados em centros de detenção de imigrantes e tentar impedir a construção de mais dessas instalações.

Os defensores dos imigrantes dizem que as pessoas com orientações sexuais e de gênero não tradicionais são frequentemente maltratadas nos centros de detenção federais. Enquanto o povo LGBT representava apenas 0,1% de todos os detidos pelo ICE, em 2017, eles representavam 12% das vítimas de violência sexual nesses centros, segundo uma carta da Conferência enviada ao Departamento de Segurança Interna.

O ICE afirma que está comprometido em fornecer tratamento seguro e humano a todos que estão sob sua custódia. “Quando enfrentamos o sistema de imigração, nossa diferença vem conosco”, disse Monserrat Padilla, 27, coordenador de defesa de deportação da Washington Immigrant Solidarity Network, em Seattle. “Esta é a nossa oportunidade de falar”.

No sábado, as pessoas lotaram os salões e salas de conferências de Taller Puertorriqueño, na cidade vizinha Fairhill, conectando-se com velhos amigos e fazendo novos. O centro se proclama El Corazón Cultural del Barrio, isto é, o coração cultural da Filadélfia Latino.

A conferência que durou três dias, foi realizada em espanhol, inglês e “um toque de espanglês”.

A oradora Seneca Joyner, 37 anos, de Massachusetts, disse que é importante que as pessoas se inspirem, que tenham confiança de que mudanças podem acontecer. Os grandes governos nem sempre ganham, apesar de suas enormes vantagens e recursos. “Veja a guerra no Vietnã”, disse ela. “Olhe para a Revolução Americana. O mesmo acontece hoje. É um fracasso acreditar que esse governo, ou qualquer governo, seja onipotente”, continuou. “As pessoas são mais poderosas.”

Fonte: Redação Braziliantimes

Fonte: Brazilian Times