Odette Ernest Dias, Flautista Parisiense com Alma Brasileira.

Camarim.
Expoente da Flauta Transversa, tanto na Música Clássica como na MPB. Uma das…

Camarim.

Expoente da Flauta Transversa, tanto na Música Clássica como na MPB. Uma das maiores influências em gerações de flautistas no Brasil e no mundo. Conheci Odette quando morei em Brasília, no início dos anos 80.

Em 2002, Odette veio à Boston fazer alguns concertos na Harvard University, quando produzi um de seus belíssimos CDs. Noites regadas à champagne Dom Perignon e pizza de anchovies…

Em 2006, passamos 1 mês em meu estúdio na Flórida remasterizando toda a sua obra, editando, restaurando e digitalizando áudio proveniente de cassetes e vinyl, criando assim uma compilação celebrando seus 50 anos de carreira.

Marie Thérèse Odette Ernest Dias (Nascida em Paris, 2 de fevereiro de 1929) é uma concertista e flautista francesa que chegando ao Brasil aos 20 anos para integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Orquestra Sinfônica Nacional, decidiu estabelecer residência, e se naturalizar Brasileira.

Odette participou de momentos importantes da história musical do Brasil, e dedica-se até hoje à pesquisa e ao ensino de música, além das atividades como instrumentista. Odette Ernest Dias estudou flauta transversal, história da música e estética no Conservatoire National Superieur de Paris, onde obteve em 1951 o primeiro prêmio em flauta e a primeira medalha de estética.

Conquistou por unanimidade a primeira medalha de flauta no Concurso Internacional de Genebra (Suíça) e, em 1952, a convite do maestro Eleazar de Carvalho, veio para o Rio de Janeiro para tocar na Orquestra Sinfônica Brasileira, onde permaneceu até 1969, quando deixou a OSB para integrar a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, onde tocou até 1974.

Mudou-se então para Brasília (aonde morou até 1994), aonde foi titular da Universidade de Brasília em reconhecimento ao seu notório saber, atuando como professora de flauta, estética e musicologia. Foi então convidada para lecionar como professora visitante da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, em 1982.

Também atuou como professora visitante na Universidade Federal de Minas Gerais em 1992, e como professora convidada pela Fundação de Educação Artística em Belo Horizonte (MG). Exerceu as funções de pesquisadora pelo CNPq e de consultora do CNPq e da CAPES. Integrou também as orquestras da Rádio Tupi, da Rádio Mayrink Veiga, da Rádio Nacional e da TV Globo.

Participou de gravações com inúmeros artistas da música popular, inclusive da histórica gravação, em 1958, de músicas de Tom Jobim por Elizeth Cardoso. Exerceu as funções de solista de orquestra, recitalista e camerista, sendo inclusive fundadora da Camerata do Rio. Atuou como professora do Conservatório Brasileiro de Música e dos Seminários de Música Pró-Arte (RJ).

Seu interesse pela formação da música brasileira foi incentivo para a realização de pesquisas sobre este assunto, resultando em vários discos gravados, artigos e livros publicados, a participação em congressos especializados e realização de recitais frequentes no Brasil e no exterior.

Atuou como intérprete na trilha sonora de Rio de memórias, filme de José Inácio Parente. Publicou o livro Mateus-André Reichert: um flautista belga na corte do Rio de Janeiro, pela Editora Universidade de Brasília/CNPq.

Foi nomeada para fazer gestões e redigir a seção referente à atividade musical de Diamantina (MG) para o dossiê de tombamento da cidade como patrimônio da humanidade, encaminhado pelo Iphan à Unesco, e agraciada pela Funarte e pelo governo do Distrito Federal com a Comenda de Mérito Cultural por suas atividades musicais.

Teve grande importância na fundação do Clube do Choro de Brasília, aos 9 de setembro de 1977, pois ele foi fundado por músicos que se reuniam na sua residência, tendo o citarista Avena de Castro como primeiro presidente, sendo que o então governador do Distrito Federal, Elmo Serejo, cedeu o vestiário do recém- inaugurado Centro de Convenções para as reuniões musicais.

Mãe dos instrumentistas Carlos, Jaime, Elizabeth, Cláudia e Andréa Ernest Dias (além de Irene, que não se dedicou à música), toca frequentemente em duo com Elza Kazuko Gushikem (piano), com Jaime Ernest Dias (violão), Roberto Rutigliano (bateria) ou Bridget Moura Castro (piano).

Odette Ernest Dias and flute
Odette Ernest Dias
Odette Ernest Dias and flute
Odette Ernest Dias and flute 

Fonte: Brazilian Times