Flórida pode enfrentar crise econômica e turística pelo coronavírus

O governador Ron de Santis em coletiva sobre o coronavirus. Imagem: reprodução\Twitter

Com uma alta demanda turística e onde um quarto da população tem mais de 60 anos e por isso se encontra na faixa etária de risco, a Flórida vem lutando contra a propagação do coronavírus para evitar que o estado seja atingido por uma provável crise turística e, consequentemente, econômica.

“Você precisa temer tudo”, disse o prefeito de Miami, Francis Suarez, em coletiva na terça-feira, 10. “Você tem medo de infecções generalizadas, teme pelos vulneráveis ​​e idosos em sua comunidade, teme o impacto econômico, porque se isso não for contido em um curto período de tempo. . . . Pode ser algo que é incapacitante, não apenas para Miami, mas para o mundo”.

Os casos de coronavírus Covid-19 (nome dado à doença provocada pelo Sars-Cov-2) estão se espalhando rapidamente pela Flórida, assim como tem acontecido em todo o mundo. Com 34 casos confirmados e duas mortes no estado até esta quinta-feira, 12, o governo, autoridades escolares e hospitais locais têm lutado para combater a propagação do coronavírus e sanar as principais dúvidas da população.

O coronavírus já está começando a ter um efeito importante na maior indústria do estado – o turismo – que fatura mais de 86 bilhões de dólares por ano e emprega 1,5 milhão de pessoas. O turismo de navios de cruzeiros que rende milhões de dólares anualmente começa a ver uma crise com suspensão de passeios.

A American Airlines, um dos maiores empregadores do sul da Flórida, anunciou na terça-feira que reduzirá os voos domésticos e internacionais. Ainda na terça a Universidade da Flórida disse aos professores para fazer a transição para aulas online e nesta quinta-feira todas as universidades estaduais foram orientadas a manter aulas somente online por pelo menos 15 dias.

Cancelamento de grandes eventos

Miami, por exemplo, adotou uma política que pede o cancelamento de qualquer reunião que deve atrair 25.000 pessoas ou mais. A política resultou no cancelamento do gigantesco Ultra Music Festival, bem como do Calle Ocho Festival anual em Little Havana, onde eram esperadas 250.000 pessoas. O condado de Broward anunciou o mesmo e pede a população para evitar circular em locais com grande aglomeração de pessoas.

O esporte também foi afetado. A NFL anunciou nesta quinta-feira que a Owner’s Meeting, programada para 29 de março a 1º de abril em Palm Beach, foi cancelada devido à crise do coronavírus. Todos os negócios da liga serão reprogramados para maio.

E muitas equipes – o Miami Dolphins, o New York Jets, o Minnesota Vikings, o Washington Redskins e o Tampa Bay Buccaneers – retiraram seus treinadores da estrada. Algumas equipes – Redskins e Jets – fecharam suas instalações, instruindo seus funcionários a trabalhar em casa.

Hotéis relatam cancelamentos

Segundo o departamento de turismo do estado, a Flórida recebe 130 milhões de visitantes anualmente, cerca de 10% dos quais vêm de fora dos Estados Unidos. Um estudo em 2017 estimou que os turistas da Flórida gastaram US $ 89 bilhões em hospedagem, alimentação, entretenimento, compras e transporte.

Nathaniel Line, professor associado da Dedman School of Hospitality da Florida State University, disse em entrevista ao Washington Post que os gerentes de hotéis estão relatando cancelamentos generalizados dos negócios das convenções. O cancelamento de cinco grandes convenções em Orlando nos últimos dias resultou em um impacto de US $ 280 milhões na economia local, de acordo com o Centro de Convenções de Orange County.

Kristen Knapp, porta-voz da Associação de Assistência à Saúde da Flórida, disse ao Washignton Post que os lares de idosos e as instalações de assistência assistida estão trabalhando há semanas para tentar gerenciar os riscos, incusive restringido visitas. O jornal contabiliza ainda que existem cerca de 700 casas de repouso e 1.300 instalações de vida assistida na Flórida, atendendo a 160.000 pessoas. Ou seja, há uma grande população na faixa etária mais vulnerável.

A importância da prevenção

Além do coronavírus, é temporada de gripe comum e o FDOH recomenda que a população se previna ainda mais com vacina e ações preventivas diárias para ajudar a impedir a propagação de germes, além de reforçar o sistema imunológico com remédios, se prescritos.

As diretrizes comuns divulgadas pelo Departamento de Saúde envolvem:

  • Se estiver doente (alguma outra doença que o torne vulnerável), evite sair de casa;
  • Se estiver sentindo febre, tosse e\ou dificuldade para respirar, evite sair e monitore esses sintomas por 48 horas. Se não melhorar após esse prazo, ligue para um médico e procure ajuda;
  • Lave as mãos frequentemente com sabão e água morna por pelo menos 20 segundos;
  • Carregue e use desinfetante para as mãos à base de álcool;
  • Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel quando tossir ou espirrar e descarte-o imediatamente;
  • Em caso de estar com os sintomas, ligue para um médico antes de sair de casa.

Acesse informações e recursos atualizados no site do Departamento de Saúde da Flórida (FDOH) ou no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) ou entre em contato direto com os órgãos abaixo:

  • Linha direta do DOH: 866-779-6121 (M-F/8: 00 am-00h) \ E-mail DOH: [email protected]
  • Linha direta do CDC: 800-232-4636 (24 horas).
  • Departamento de Saúde da Flórida no Condado de Broward pelo telefone 954-467-4700.

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Fonte: Gazeta News