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Em discurso ao Congresso, Biden promete crescimento econômico e pede apoio de republicanos para a reforma imigratória

O presidente Joe Biden fez um discurso ao Congresso, na noite de quarta-feira (28), no qual exaltou as ações tomadas em seus 100 dias de governo, falou sobre avanço da vacinação contra a covid e prometeu audaciosos projetos para o desenvolvimento econômico do País. 

O presidente, que pela primeira vez na história discursou acompanhado de duas mulheres – a vice Kamala Harris e a presidente da Câmara Nancy Pelosi – disse que o País vai crescer este ano no maior ritmo em quatro décadas e prometeu mais empregos. 

Em sessão conjunta da Câmara dos Representantes e do Senado, ele lembrou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê o crescimento da economia americana a uma taxa de 6% já este ano, em discurso indicando que o país está virando a página da crise. “Os Estados Unidos estão outra vez em movimento. Não podemos parar agora”, disse.

Sobre imigração, o presidente reafirmou que é necessário o apoio dos republicanos para que a reforma aconteça. “Vamos acabar com essa exaustiva guerra no que diz respeito à imigração”, disse o presidente. 

“O Congresso precisa aprovar uma legislação este ano para finalmente garantir uma proteção e um caminho para a legalização dos Dreamers (jovens portadores do DACA), os jovens que só conhecem a América como suas casas, além da proteção permanente para os portadores de Temporary Protected Status (TPS). Eles vieram ao País, fugindo da violência e de desastres. Queremos também um caminho para a cidadania de trabalhadores rurais, que colocam comida nas nossas mesas”. 

Pandemia

Biden disse que o País emerge da crise sem precedentes provocada pela pandemia de covid-19, citando a fratura da sociedade e os ataques à democracia impulsionados pelo antecessor, o republicano Donald Trump.

“Há 100 dias, os Estados Unidos estavam em chamas”, disse o democrata, afirmando que as ações do Executivo mudaram as perspectivas do país.

Ao lembrar que herdou o combate à covid-19 quando iniciou o mandato, em 20 de janeiro, Joe Biden defendeu que a campanha de vacinação é “um dos maiores sucessos logísticos” na história do país.

“Prometi 100 milhões de vacinas [contra a] covid-19 em 100 dias”, disse o político, destacando que esse número foi afinal mais que o dobro, 220 milhões. “Mais da metade dos adultos receberam pelo menos uma dose”, disse Biden, acrescentando que “a morte de idosos baixou 80% desde janeiro”.

Classe média, emprego e ensino

O discurso ficou marcado também pela defesa da classe média, com propostas econômicas para apoiar os mais afetados pela crise sanitária e aumentar os impostos dos mais ricos.

“Wall Street não construiu este país. A classe média construiu este país, e os sindicatos construíram a classe média”, disse Biden, defendendo o combate ao fosso entre os mais ricos e os mais pobres.

“Vinte milhões de americanos perderam o emprego durante a pandemia”, recordou, frisando que, “ao mesmo tempo, cerca de 650 bilionários viram a sua riqueza aumentar mais de $1 trilhão”. 

“É tempo de as empresas americanas e o 1% mais rico começarem a pagar a sua parte”.

O aumento de impostos que Biden propõe, de 39,6% para os que ganham mais de $400 mil por ano, é o que estava em vigor quando o republicano George W. Bush “se tornou presidente”, indicou.

O democrata disse ainda que, durante os primeiros 100 dias do mandato, foram criados “mais de 1,3 milhão” de postos de trabalho, “mais do que qualquer presidente” no mesmo período. Segundo ele, o programa de criação de emprego, apresentado no início do mês, representa investimento de US$ 2,3 trilhões em infraestrutura. “É o maior plano de criação de emprego desde a Segunda Guerra Mundial”. 

O presidente dos EUA apresentou também proposta para um serviço pré-escolar universal e dois anos de frequência gratuita nas faculdades públicas, entre outras medidas.

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