10 coisas que não deram certo na gastronomia

Forno autolimpante

Velho… de onde tiraram essa ideia? Como um forno pode ser autolimpante? Acredite nessa lorota e tenha o forno mais ensebado do quarteirão.

Garçons universitários jovens, bonitos e descolados

E despreparados e arrogantes e sem vontade de trabalhar duro. Confie nos tiozões e nos migrantes que realmente precisam do emprego.

Sachê de ketchup

É ergonomicamente cretino, insustentável e traz uma quantidade diminuta do condimento. Merecia ser aposentado na companha dos sachês de sal, do palito de dente embalado individualmente e do guardanapo embrulhado numa embalagem de papel.

Canudo de papelão

Isto não é uma defesa do canudo de plástico que sufoca tartarugas marinhas. Melhor canudo nenhum do que um tubo de papelão que se desmancha em 5 minutos de contato com qualquer líquido.

Hambúrguer vegano com gosto de carne

Apesar de a propaganda dizer que o sabor é igualzinho, não é. Soja e ervilha nunca terão gosto de carne. A nova geração de hambúrgueres vegetarianos tem gosto, isso sim, do hambúrguer congelado podreira que você compra no supermercado. Os dois de parecem porque ambos levam um caminhão de temperos para dar alguma palatabilidade ao material insípido de que são feitos.

O ponto da casa

Se por acaso você pede um bife malpassado e o garçom responde “o ponto da casa já é bem rosado”, conforme-se. O pedido não virá do jeito que você quer porque o pessoal “da casa” não entende nada de ponto de carne. O ponto de cozimento é uma coisa objetiva. Tem a ver com a temperatura interna da carne, não com o “conceito” de um restaurante em parti8cular.

Saleiro com grãos de arroz

Em tese, serve para a o sal não absorver umidade; na prática, serve para derrubar arroz cru na comida.

Fita adesiva da embalagem de macarrão italiano

As décadas voam, e os italianos insistem em desenhar embalagens lindas e disfuncionais para macarrão. A fita adesiva que deveria fechar o pacote depois do primeiro uso não adere, nunca aderiu e jamais aderirá.

Restaurante carioca em SP

Não é culpa dos cariocas. São Paulo é uma praça cruel para restaurantes de fora. Gigantes norte-americanos como Pizza Hut, KFC e Domino’s apanharam à beça para se firmar na cidade. Jack in the Box, Arby’s e Fleming’s desistiram.

São Paulo já sepultou muitas casas de origem carioca: Mister Pizza, Antiquarius (que fechou também no Rio), Manoel & Juaquim, Aconchego Carioca, Cervejaria Devassa, Venga!, Prima Bruschetteria.

Já os empreendimentos paulistanos costumam prosperar no Rio. Astor, Rubayiat, Paris 6 (sim!), Bráz operam cheios do outro lado das Dutra. Até o Rancho Português fez sucesso na capital brasileira da comida portuguesa.

No momento, algumas casas do Rio investem no mercado de SP –sem contar o Bob’s, de inexplicável sobrevivência. O Gula faz sua segunda tentativa de fincar bandeira aqui (a primeira foi em 2002 e não deu certo). A pizzaria Vezpa subsiste com três lojas. E Claude Troigrois desembarca em breve.

Tomara que eu esteja errado e esse pessoal prospere.

Pedir cafezinho e conta juntos

Você pede a conta e o cafezinho. O garçom traz o cafezinho. Você pede a conta outra vez. O garçom pergunta se você quer mais alguma coisa. Você diz que não, obrigado, mas tu é surdo ou é burro? Ele traz a conta, você paga e sai. É sempre assim.

(Siga e curta a Cozinha Bruta nas redes sociais.  Acompanhe os posts do Instagram, do Facebook  e do Twitter.)

Fonte: Folha de S.Paulo