
No mesmo dia em que comemorou a morte de um voluntário dos testes da vacina para a Covid-19 e insinuou abrir guerra com os EUA, Jair Bolsonaro se queixou: “Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel”.
O presidente tem saudade de caldo de cana. Vamos da cana para ele, então.
Cana por usar os 163 mil mortos da pandemia num jogo político mesquinho.
Cana por mobilizar a máquina do governo federal na defesa do filho Flávio, o senador das rachadinhas.
Cana por fazer dos pronunciamentos nas redes sociais –que deveriam ser uma prestação de conta para o cidadão– propaganda eleitoral de candidatos toscos a vereador Brasil adentro.
Cana por não demonstrar decoro suficiente para ser lanterninha de cinema pornô da rua Aurora.
Cana por interferir na PF, no Ibama, no Inpe, nas reitorias da universidades federais.
Cana por alegar fraudes, sem mostrar prova alguma, na eleição que o alçou ao poder.
Cana por insuflar manifestações golpistas.
Há motivos para mais cana, mas fiquemos por aqui.
O pastel ele pode comer depois de todo esse caldo de cana.
(Siga e curta a Cozinha Bruta nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram, do Facebook e do Twitter.)
Fonte: Folha de S.Paulo