Por que os russos são tarados por fast-food?

Hoje foi o último dia de operação da rede de fast-food McDonald’s na Rússia –todas as lanchonetes da marca em território russo serão fechadas em represália à invasão da Ucrânia. O que se viu no país foram cenas de histeria coletiva.

Naturalmente, as filas foram gigantes. Isso era esperado. Se tem gente disposta a dormir na fila do novo iPhone ou de show de banda coreana, claro que rolaria no ocaso do Mac russo.​

As coisas ficam muito mais estranhas quando um cidadão de relativa celebridade, um certo pianista chamado Luka Safronov, se acorrenta à porta de um McDonald’s em Moscou.

O indivíduo gritava que a cadeia de lanchonetes “não tinha o direito” de encerrar as operações no país. Parece que tinha, sim.

Para coroar esse rolo insano, tem gente querendo faturar altíssimo com comidas e quinquilharias do McDonald’s. O site russo de leilão virtual Avisto hospedou anúncios de Big Macs que custavam o equivalente a R$ 200 e sacos de papel pardo com o logotipo de marca a quase R$ 2.000. As informações são do portal americano Insider.

Por que será que os russos são tarados por fast-food de origem estrangeira?

Uma explicação possível é que a inauguração do primeiro McDonald’s, em 1990, teve uma importância simbólica tremenda para uma nação que passara décadas trancada em si mesma pelo regime soviético. O fechamento, agora, simboliza a volta ao isolamento.

Outro fator que pode entrar na balança diz respeito às tradições alimentares de cada lugar. Os países frios do norte da Europa –bote nessa lista Inglaterra, Escócia, Holanda e a própria Rússia– têm gastronomias de reputação pouco abonadora. Não é surpresa que as cadeias de fast food prosperem e ganhem fãs apaixonados nesses lugares.

Duvido que a comoção fosse tão grande caso resolvessem fechar as lanchonetes da Espanha, da Itália ou da França.

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Fonte: Folha de S.Paulo

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