Série sobre Patagônia reúne texto ácido, belas paisagens e depoimentos de moradores

Conhecer a Patagônia é o sonho de muitos, e pode se tornar o desejo de mais gente ainda após a série documental realizada pela Clan.destino, dos amigos e viajantes Maurício Guartelá, Marcos DeLacumbre e Gui Hoefelmann.

Lançada em dezembro, “Patagônia” reúne belas paisagens e depoimentos de vários moradores da região, dividida entre Argentina e Chile. E tudo permeado por um texto bastante ácido, com vários jogos de palavras.

A série aborda temas espinhosos, como a Guerra das Malvinas (1982) e suas consequências até os dias de hoje, e também a disputa histórica entre Argentina e Chile e algumas heranças da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Um ponto forte de “Patagônia” é a quantidade de depoimentos dos moradores da região da Terra do Fogo. Muitas vezes, o viajante não consegue entabular uma conversa com um habitante, por falta de vontade (tanto de um quanto de outro) ou por causa do idioma. Com o vídeo, é possível saber mais sobre a cultura local.

Com o ermitão Don Ramón, por exemplo, dá vontade de sentar, com o mate ao lado, e ouvir por horas suas histórias e saber como é viver isolado no meio do nada, em meio à aridez patagônica e aos pumas, predador típico na região e caçador dos guanacos (primos próximos das lhamas).

O vídeo não é recomendado para menores de 16 anos, devido à grande quantidade de palavrões. Mas sugiro que jovens adultos vejam a série, tanto para se motivar a conhecer a região quanto para ouvir algumas críticas às redes sociais.

Mesmo com ressalvas à cultura das imagens bonitas e dos clichês viajantes, os três amigos sabem o valor do Instagram, já que foi por meio dele que descobriram uma caverna de gelo –e por onde divulgam “Patagônia”.

Para ver a série, é necessário contatar a equipe pelo perfil @sigaclandestino. Após o pagamento de R$ 30, é liberado o acesso por uma semana para ver “Patagônia”.

Os três episódios somam duas horas e, como recomendam os produtores, o melhor é assistir na TV no modo de cor para cinema. Em uma grande tela ou pelo celular, o que surgirá serão paisagens deslumbrantes e uma vontade louca de cair na estrada.

Fonte: Folha de S.Paulo

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