Após Azul, Gol relata aumento de Covid e influenza entre funcionários, mas sem impacto em voos

Aeronave era um Boeing 737-800 — Foto: Divulgação/Gol

Após casos de Covid e influenza entre funcionários impactarem as operações da Azul, a Gol afirmou que houve aumento de casos positivos entre os seus colaboradores nos últimos dias, mas que os voos não sofreram “alteração significativa”.

“Nenhum voo foi cancelado ou sofreu alteração significativa por este motivo. Os funcionários que apresentam resultado positivo estão sendo afastados das funções para se recuperarem em casa com segurança”, disse a companhia aérea, em nota.

A companhia acrescentou ainda que 100% dos seus colaboradores estão vacinados.

Já a Latam informou, em comunicado, “que, por enquanto, ainda não foi necessário alterar seus voos diante do aumento no número de casos de Covid e de Influenza na população brasileira”. A empresa não chegou a mencionar se houve aumento de casos entre os seus colaboradores.

Em relação aos clientes, a Gol disse que os casos positivos reportados antes do embarque estão sendo tratados com três opções oferecidas aos passageiros: cancelamento com o reembolso do valor total; cancelamento, mas com o valor total deixado como crédito para futuras compras; ou remarcação sem custos adicionais.

A Latam, por sua vez, ressaltou que, “independentemente do motivo, todo passageiro com voo alterado pela Latam pode sempre remarcar o seu voo sem multa e diferença tarifária ou solicitar o reembolso sem multa diretamente em Minhas Viagens > Administrar suas viagens”.

Além disso, a companhia acrescentou que “continua a permitir que passageiros diagnosticados com Covid-19 possam remarcar uma vez a data de sua viagem sem multa, mas pagando diferença tarifária (se houver). O cliente poderá viajar a partir de 14 dias após o diagnóstico da doença ou certificando que não está mais na fase de contágio”.

A Azul afirmou que, nos últimos dias, começou a ser afetada por um alto número de dispensas médicas, tanto no grupo de voo quanto em nos times de solo, Azulcenter [central de atendimento da empresa] e demais áreas administrativas.

“Por conta disso, os próximos dias serão mais desafiadores para nossa operação como um todo e já começamos a realizar alguns ajustes para enfrentar essa situação”, disse nesta quarta-feira (5) o presidente da empresa, John Rodgerson, em comunicado distribuído a funcionários a que o g1 teve acesso.

A companhia informou ainda que os voos do mês de janeiro estão sendo reprogramados, mas que mais de 90% das operações da companhia estão funcionando normalmente.

A empresa aérea é a líder em transportes de passageiros no Brasil nos últimos 12 meses, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aéreo (Anac).

As dispensas ocorrem diante da necessidade de isolamento de tripulantes com síndromes gripais como Covid-19, em meio ao avanço da variante ômicron, e do vírus H3N2 da influenza.

O texto da Azul diz ainda que o número alto de dispensas médicas “está afetando diversos setores da economia, não só no Brasil, mas em outros países”. Rodgerson reforça o fato de a empresa não ter nenhum tripulante internado graças à vacinação e ao fato de a variante ômicron ser, aparentemente, menos agressiva que as anteriores. O presidente da Azul pede ainda para que os funcionários sigam se vacinando e tomando medidas de proteção, como uso de máscaras e protocolos de higiene.

Outro comunicado interno da empresa obtido pelo g1 aponta que ao menos 17 voos tiveram redução no número de passageiros em razão da falta de tripulantes. Em 12 voos com aviões modelo Airbus A320, segundo o informe, o número máximo de lugares foi de 150; a aeronave transporta até 174 passageiros.

Já em cinco voos com os modelos Embraer E-195, o máximo foram 100 passageiros; a capacidade do avião é de 118 passageiros.

Nesses 17 voos, o ajuste resultou na necessidade de reacomodação de cerca de 250 passageiros em outros voos.

O g1 submeteu os dois comunicados à assessoria de imprensa da Azul. A empresa disse que os clientes impactados estão sendo notificados das alterações nos voos e serão reacomodados em outros voos da companhia, além de receber a assistência prevista nesses casos pela Anac –avisar os passageiros com 72 horas de antecedência, oferecer alternativas de reacomodação ou reembolso integral.

“A Azul informa que por razões operacionais alguns de seus voos do mês de janeiro estão sendo reprogramados. A companhia registrou um aumento no número de dispensas médicas entre seus tripulantes e tem acompanhado o crescimento do número de casos de gripe e Covid-19 no Brasil e no mundo para poder tomar as medidas necessárias. Os clientes impactados estão sendo notificados das alterações e serão reacomodados em outros voos da própria companhia, além de receber toda a assistência necessária conforme prevê a resolução 400 da Anac.”

Trecho de comunicado da Gol — Foto: Reprodução

Caos global

Passageira no aeroporto americano de LaGuardia, em 24 de dezembro; necessidade de isolar tripulantes por conta da covid-19 tem forçado cancelamento de voos, principalmente na China e nos EUA — Foto: Getty Images

Mais de 3,6 mil voos foram cancelados em 2 de janeiro, por exemplo, segundo o levantamento do site FlightAware. O principal motivo para os cancelamentos foi o alto número de comissários de bordo, pilotos e funcionários em geral das companhias aéreas que não puderam trabalhar por estarem infectados com Covid-19.

Veja o VÍDEO abaixo sobre os casos de ômicron no Brasil

Variante ômicron já é responsável pela maioria dos casos de covid no Brasil

Variante ômicron já é responsável pela maioria dos casos de covid no Brasil

Fonte: G1