Louvre e Versalhes registram queda de mais de 70% em visitas e perdas de 40 milhões euros

Visitantes usando máscaras protetoras fazem fila para entrar na pirâmide do Louvre em Paris, na França. — Foto: Charles Platiau/Reuters

Museu do Louvre, Palácio de Versalhes e Museu d’Orsay sem multidão. O que parecia impossível, aconteceu neste verão europeu. A ausência de turistas estrangeiros devido à epidemia de coronavírus causou uma queda histórica de turistas nos locais mais emblemáticos da França.

Com reduções de 70% ou mais no número de visitantes em julho e agosto, o verão não terá permitido compensar as perdas de museus parisienses após o confinamento e a reabertura com inúmeras restrições sanitárias.

No verão de 2019, os estrangeiros representavam 75% dos visitantes do Louvre e 80% de Versalhes. Mas americanos, chineses, japoneses, coreanos, indianos, brasileiros, canadenses e turistas de outras nacionalidades foram impedidos de vir à França neste verão.

O Louvre, o maior museu do mundo, registou € 40 milhões em perdas de rendimento durante o confinamento, equivalente a cerca de R$ 256 milhões . O número de visitas caiu 75% em julho e 60% em agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado. O Louvre fechou as portas no dia 13 de março e só reabriu em 6 de julho, mas, como muitas fronteiras continuavam fechadas, os visitantes eram, em sua maioria, franceses.

Lado positivo

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O lado positivo foi que o público francês, especialmente os que vivem em torno de Paris, e os europeus de países mais próximos à França, responderam à diversificação de ofertas e tarifas especiais (como para famílias ou jovens). Para o conjunto Museu d’Orsay – Museu da Orangerie, as perdas de receita para 2020 são estimadas em € 28 milhões, devido a uma queda de mais de 70% de visitas neste verão.

O Centro Pompidou espera compensar essas perdas com uma exposição de Matisse, neste outono, mas já sofreu € 20 milhões de perdas em 2020, o que o forçou a adiar certos projetos. O comparecimento em Versalhes “caiu” com três vezes menos visitantes do que o normal, e as perdas chegam a € 45 milhões desde o confinamento, de acordo com sua presidente Catherine Pégard.

Províncias sofreram menos

Pela primeira vez, as províncias francesas se saíram melhor que os museus da capital e de Versalhes. A abadia de Monte Saint-Michel vendeu 50% mais ingressos em comparação a 2019. Em Marselha, o museu Mucem sofreu uma queda moderada de 15% para o local em julho-agosto. O museu Louvre-Lens também teve “um verão muito decente”, segundo um porta-voz, com queda de 28% em um ano.

Os monumentos da costa Atlântica e das serras têm beneficiado de visitas familiares de turistas que se hospedaram na França, observa Philippe Bélaval, presidente do Centro de Monumentos Nacionais (CMN), que administra cerca de uma centena de sítios. São em particular os locais ao ar livre – arqueológicos, por exemplo – que conheceram uma maior afluência.

Fonte: G1