Praia de Jurmala, na Letônia, em foto de junho de 2017 — Foto: Lucas Vidigal/G1
A Letônia, que eliminou as duas duplas brasileiras do vôlei de praia masculino nas Olimpíadas de Tóquio, é um país banhado pelo Mar Báltico no nordeste da Europa. O principal balneário dos letões fica em Jurmala — pequena cidade que recebe competições nas areias e era a favorita dos líderes da União Soviética no tempo em que a pequena república compunha a URSS.
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Praia de Jurmala, na Letônia, em foto de 2005 — Foto: By Jurmalastic – Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=48064914
As praias de Jurmala têm extensas faixas de areia. Por isso, durante os verões, há espaço para que as pessoas pratiquem esportes como o próprio vôlei de praia. É lá onde as duplas letãs treinam e é lá que os principais campeonatos da modalidade no país ocorrem — a cidade já recebeu torneios europeus com duplas da elite internacional.
Dupla Martins Plavins e Edgar Tocs, da Letônia, comemora a vitória sobre os brasileiros Alison e Alvaro Filho no vôlei de praia das Olimpíadas de Tóquio nesta quarta-feira (4) — Foto: Pilar Olivares/Reuters
Como a Letônia fica muito ao norte, os invernos são marcados por noites muito longas e o sol pouco aparece. Por outro lado, o oposto acontece no verão — os dias ficam muito longos e quase não escurece, o que levam milhares de letões e de pessoas de outros países do Báltico a procurarem Jurmala, que fica a apenas 30 km da capital da Letônia, Riga.
MAPA – Jurmala, balneário da Letônia — Foto: G1 Mundo
Apesar do gosto semelhante pelo vôlei de praia, há muitas diferenças com as praias brasileiras: em primeiro lugar, há poucas ondas, uma característica de mares fechados como o Báltico. Outra diferença é comportamental: você não vê aquele monte de guarda-sol. As pessoas preferem levar apenas uma toalha, a comida, e pronto.
A praia dos líderes soviéticos
Longa faixa de areia de praia em Jurmala, na Letônia, em foto de 2017 — Foto: Domínio público/erdbeernaut/Flickr
A Letônia pertenceu à União Soviética entre 1944 e 1991, ano do colapso do país comunista. Durante esse tempo, não só os letões, mas outros povos da antiga URSS procuraram Jurmala como um dos balneários para o verão — o outro seria Sochi, mais quente e no sul da Rússia.
Resort de Jurmala, na Letônia, construído no período soviético — Foto: Ricardo Liberato via Flickr/Baltic Sea Hotel — Creative Commons 2.0 — https://www.flickr.com/photos/liberato/3147143170/in/photolist-57U3yH-2g5cueX-KGVP4u-5N3Fgn-5N1583-5N6W29
Entre os que passavam férias estavam o presidente Nikita Kruschev, que governou a URSS entre 1953 e 1964, e seu sucessor Leonid Brejnev, que comandou o país até 1982. Em uma reportagem do jornal britânico “The Guardian” de 2005, moradores de Jurmala contavam que era comum ver os chefes do poder soviético nas ruas da cidade.
Tradicional casa de madeira em Jurmala, em foto de 2018 — Foto: By Ymblanter – Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=84525983
A visibilidade dada pelas visitas dos ditadores ofuscou uma das características mais marcantes de Jurmala: a arquitetura original das pequenas casas perto do mar, muitas vezes feitas de madeira com influências escandinavas e finlandesas, além de pequenos prédios de origem germânica. No lugar, ficaram grandes resorts para receber os soviéticos na segunda metade do século XX.
OLIMPÍADAS DE TÓQUIO
VÍDEOS: Brasil nas Olimpíadas de Tóquio
Fonte: G1