‘Grande cozinha não é sinônimo de cozinha complicada’, dizia Bocuse

20/01/201814h21Paul Bocuse ia todas as manhãs ao mercado comprar pessoalmente os produtos que ia usar no preparo do almoço —para o qual achava essencial sempre deixar uma “pequena margem de improviso” (como narra no livro “A Cozinha de Paul Bocuse”), para o qual estava sempre disposto a “correr alguns riscos”.
Sua cozinha, pois, juntava o “antigo e o novo”, preservava respeitosamente o sabor próprio dos ingredientes e as estações —não se conformava que as pessoas queriam comer “aspargos do natal, morangos no ano-novo, caça na páscoa”.
Foi um sujeito sempre atento às experiências dos outros, que deviam servir aos demais, dizia. Uma ida sua à China, por exemplo, lhe fez notar sua capacidade de cozinhar muito bem os legumes, “durante pouco tempo”.
Houve uma simplificação no preparo dos pratos —menos molhos, receitas menos complexas e menos substanciosas— que “repercute igualmente o tempo de cozimento”.
“A grande cozinha não é sinônimo de cozinha complicada; a grande cozinha pode ser um peru cozido em água e sal, uma salada colhida da horta e temperada um pouco antes de ir para a mesa”, escreveu.

Fonte: Folha de S.Paulo