Mortes: Morou em castelo na Alemanha e chorou no 7 a 1

Arquivo pessoal Max von Schmaedel (1936-2018) com a mulher Maria e seus onze netos16/01/201800h00Meticuloso como convém ao estereótipo do alemão, Max se agoniava caso, dadas seis da tarde, não houvesse cerveja para tomar. Nos seus aniversários, anotava os nomes daqueles que telefonavam para dar os parabéns e, ano após ano, comparava as listas para ver quem estava em dia com a etiqueta.
Há quem diga que o sentido da vida não vem do controle que tentamos exercer sobre ela, mas da lucidez com que encaramos imprevistos. Nesse quesito, Max também passou com sobras: após a morte da primeira mulher, deixou seu país com duas crianças pequenas e veio para o Brasil; casou-se novamente, aumentou a prole e incorporou o que a nova terra tinha a dar.
De emprego estável e origem nobre (filho de condessa, tinha dez nomes e morou em um castelo quando criança), em 1967 aceitou a proposta de seu sogro, fundador da alimentícia Mirabel, para ajudá-lo com os negócios.
Imigrante adulto, era dono de um sotaque carregado. Dono de um senso de humor peculiar, inventava as próprias piadas –muitas vezes incompreensíveis, ora baseadas em ditados alemães intraduzíveis, ora em interpretações muito particulares do português.

Fonte: Folha de S.Paulo

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