‘Sociedade aceitou o próprio sufocamento para demonstrar revolta’, diz filósofo sobre paralisação

Direito de imagemEPAImage caption A sociedade disse: ‘se a gente quiser, a gente desliga os aparelhos desse governo’, diz Nobre Em junho de 2013, o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público detonou o movimento de uma massa popular, que tomou as ruas para expressar as mais difusas insatisfações com o governo e o estado de coisas. Cinco anos mais tarde, a sociedade brasileira adotou uma estratégia quase suicida para demonstrar que o descontentamento com o sistema político e a condução do país é ainda mais intenso do que antes.

Essa é a interpretação do filósofo Marcos Nobre, professor livre-docente da Unicamp e autor de uma das mais importantes teses sobre o emedebismo, sobre os nove dias de greve de caminhoneiros que levaram ao desabastecimento do país e ao colapso da gestão Michel Temer (MDB).
Na sua avaliação, o sofrimento social causado pelos anos de recessão econômica e a quebra de expectativa de que o país melhorasse com a saída de Dilma Rousseff (PT), o que não aconteceu, uniram a população em torno da pauta dos caminhoneiros.

Fonte: BBC

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