
José Escobar era beneficiado pelo status de proteção temporária e foi detido durante uma visita de rotina ao escritório do ICE
Na segunda-feira (1), um imigrante salvadorenho que havia sido deportado há 2 anos, nos primeiros meses da administração Trump, retornou legalmente aos EUA. José Escobar, de 33 anos, foi recebido no Aeroporto Intercontinental Bush, em Houston (TX), por um grupo de apoiadores. Ele estava acompanhado da esposa, Rose, e dos filhos do casal, Walter e Carmen, ambos nascidos nos EUA, quer viajaram a El Salvador em junho para visita-lo. Eles estavam em El Salvador quando receberam a notícia de que as autoridades migratórias haviam aprovado “waivers” (suspensões) que permitiriam que José retornasse legalmente aos EUA.
Escobar era adolescente quando a família dele mudou-se para os EUA em 2001 através do status de proteção temporária, que foi concedido aos salvadorenhos naquele ano devido a ocorrência de um terremoto. Ele casou-se com Rose em 2006, o mesmo ano em que descobriu que a família dele não havia preenchido a documentação necessária para ele ter renovado o visto dele. Ele vivia nos EUA sem autorização e um juiz de imigração ordenou a deportação dele naquele ano. A esposa de Escobar e os filhos são cidadãos dos EUA.
Ele foi detido em 2011, durante a administração do Presidente Obama por vários meses. Após uma campanha intensa, o diretor do Departamento de Imigração (ICE) o libertou em janeiro de 2012 “para que ele pudesse pôr seus papéis em ordem”, informou o órgão em 2018. Em fevereiro de 2017, pouco depois que Trump assumiu o cargo, ele foi preso durante o que seria uma visita de rotina ao escritório do ICE. No mês seguinte, ele foi deportado para El Salvador. Ele telefonou para a esposa do aeroporto em San Salvador para relatar o que havia acontecido.
Escobar mudou-se para uma cidade a 3 horas de San Salvador, vivendo com parentes e trabalhando na construção civil. Ele conversava com a família nos EUA através de vídeo à noite, mas temia sair de casa, pois gangues que circulam pelas ruas são conhecidas por perseguirem pessoas que uma vez já moraram nos EUA. Os filhos dele sofriam com a ausência do pai e a dificuldade de ganhar dinheiro em El Salvador fez com que Rose Escobar sustentasse a família com o emprego de recepcionista num hospital e dependesse da poupança que acabava rapidamente.
Entre as pessoas que pressionavam a favor de José estava o Deputado Federal Al Green (D-Houston). A família dele mora no distrito eleitoral do legislador, que assumiu a causa, considerando Escobar constituinte dele, mesmo depois de ter sido deportado.
Rose Escobar, que tornou público o caso do marido durante mais de 2 anos, tinha os olhos marejados. “Nós estamos completos agora. Nós somos uma família”, disse emocionada.
Fonte: Brazilian Voice