Decifrando comidas e produtos nos supermercados de Portugal

Uma mulher com blusa de mangas amarelas segura um queijo em um supermercado
Ala de queijos em um supermercado português Rachel Verano/Arquivo pessoal

Então você desembarcou em Portugal, já pegou o TVDE (carro de transporte alternativo tipo Uber e Bolt) até o seu T1 (apartamento de um quarto) e quer dar um pulinho ao supermercado para fazer compras para o pequeno almoço (café da manhã)?

Para começar, prepare o seu saco (sacola) reciclável, pois todos os estabelecimentos cobram por cada unidade. 

Que tal começar pela seção de frescos (hortifruti)? Vale provar a banana da Madeira, o ananás (abacaxi) dos Açores, os alperces (damascos), diospiros (caqui) e clementinas (tangerinas). Se gosta de kiwi (diz-se quiví) vai encontrar com frequência também. Atenção para o dueto lima X limão. Limão, em Portugal, é o limão amarelo, que chamamos de limão siciliano no Brasil. E lima é o nosso limão, de casca verde. Já a nossa lima… não existe por aqui. 

No reino dos vegetais, aventure-se entre curgetes (abobrinhas), feijões verdes (vagens), brócolos (hahaha), couves roxas (repolhos), caldo verde (o mais próximo da nossa couve) e espargos (sim, com e). Pimentos (pimentões), malaguetas (pimentas), rábanos (rabanete) e beringela com g (sorry, Josimar Melo) completam a cesta, além dos tomates cherry (lê-se cherrí).

Passando para a seção de charcutaria (frios), o grande dilema acontece em volta do presunto. Presunto, aqui, é presunto cru. E presunto cozido, aquele que comemos na tosta mista (misto quente), é fiambre. O mundo da charcutaria (dos embutidos) é vasto e inclui uma grande variedade de frios feitos com as mais variadas partes do porco. Vai fazer um churrasquinho? Não esqueça da salsicha fresca (linguiça), mas ela provavelmente vai estar no talho (açougue) do supermercado.

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Na padaria, o mais próximo do nosso pão francês são as bolinhas e cacetes. Mas também são boas as chapatas (ciabattas). Se preferir levar um pão de forma para facilitar, escolha entre com ou sem côdea (casca). Os croissants podem ser de dois tipos: os franceses, de massa folhada, ou os do Porto, de massa tipo brioche (mais comuns no supermercado). Se não especificar o que quer, vai acabar levando o tipo brioche, queridinho nacional. As tostas (torradinhas) são também uma boa opção para começar o dia.

Para acompanhar, os doces (geleias) são o acompanhamento preferido dos portugueses, junto com a boa e velha manteiga. Mas também há bons queijos de barrar (de espalhar) no pão. Se quiser levar algo doce, considere uma tarte (torta) – as de amêndoas costumam ser deliciosas.

Na ala das bebidas, água com gás, muitas vezes, é sinônimo de Água da Pedras, a melhor água do mundo na minha modesta opinião. O leite, aqui, pode ser magro (desnatado), meio gordo (semidesnatado) e gordo (integral). Muitos supermercados têm ainda máquinas de fazer sumo (suco) de laranja na hora.

Antes de passar pelo caixa, vale se aventurar pela ala dos snacks (salgadinhos e lanches). Lá estarão as gomas e rebuçados (balas) e também as pastilhas elásticas (chicletes). 

Tudo pronto? É hora de ir para o caixa. Avise com antecedência se quiser fatura (nota) com contribuinte (o cpf local – memorize, pois esta pergunta vai acontecer com frequência). Se não levou saco (sacola), avise que vai precisar. E pague as compras com Multibanco (cartão de débito), MBWay (espécie de pix português, através da leitura do QR code) ou com dinheiro. Não dispense as moedas – ao contrário das nossas, que quase não têm valor, aqui os cêntimos (centavos) podem valer muito (um café, por exemplo, custa por volta de € 0,60 cêntimos)!

Agora veja aqui como decifrar um cardápio em um restaurante de Portugal.

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Fonte: Viagem e Turismo