Guerra da Ucrânia: com que equipamento militar o mundo tem armado o país?

Fotografia colorida mostra homens com uniforme militar operando um canhão militar que solta fogo em um campo verde

Crédito, Getty Images

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Mais de 30 países forneceram equipamentos militares para a Ucrânia

Seis meses depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, líderes internacionais vêm expressando solidariedade e reiterando seu apoio aos ucranianos.

Ao todo, mais de 30 países forneceram grandes quantidades de equipamento militar para a Ucrânia. Mas, em algumas regiões do país, o poder de fogo das tropas ucranianas é muito menor que o dos russos.

Quais países estão fornecendo mais armas?

Em termos do total de gastos, os Estados Unidos se comprometeram a fornecer muito mais do que qualquer outro país individualmente. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, vêm o Reino Unido e a Polônia.

Em 24 de agosto (dia da independência da Ucrânia), os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda de cerca de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,3 bilhões) – a maior contribuição individual desde a invasão russa.

No mesmo dia, o Reino Unido também prometeu o envio de ajuda militar no valor de US$ 64 milhões (cerca de R$ 327 milhões) para a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu mais recursos. Ele afirma que o custo mensal da defesa da Ucrânia é de cerca de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25,5 bilhões).

Quais são os principais sistemas de defesa?

Profissionais da área militar afirmam que o sucesso no campo de batalha exige uma enorme variedade de armamentos, peças de reposição e treinamento, entre outros.

“Nenhum sistema de armas é uma bala de prata”, afirma o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Mas se acredita que diversos sistemas de armas tenham desempenhado papel importante no conflito até aqui.

Foguetes de longo alcance

Os analistas afirmam que a Ucrânia precisa urgentemente de melhores fontes de munição e artilharia para defender posições importantes.

Os Estados Unidos já enviaram pelo menos uma dúzia de lançadores de foguetes de longo alcance para a Ucrânia, e diversos países europeus também estão enviando sistemas de foguetes.

A Ucrânia afirma que é preciso muito mais para deter o avanço da Rússia.

O sistema norte-americano é o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em inglês) M142.

Basicamente, o alcance do sistema Himars e de muitos outros varia de acordo com as munições empregadas. Acredita-se que os doadores ocidentais não tenham fornecido aos ucranianos o tipo de munição que proporcione o alcance máximo.

As munições fornecidas para a Ucrânia provavelmente possibilitam que o sistema tenha alcance de cerca de 80 km, que é maior que o sistema Smerch, usado pela Rússia. E o Himars tem precisão muito maior que os sistemas russos equivalentes.

Canhões

No início de julho, a Austrália, o Canadá e os Estados Unidos também enviaram mais de cem obuseiros (uma espécie de canhão) M777 e 300 mil cargas de munição de 155 mm para a Ucrânia.

O alcance do M777 é similar ao do modelo russo Giatsint-B e muito maior que o canhão sobre rodas D-30 da Rússia.

A artilharia ucraniana, projetada pelo Pacto de Varsóvia, usa projéteis de 152 mm. Mas seus estoques vêm diminuindo, e a Ucrânia está passando a adotar munição de 155 mm, que é a configuração da Otan.

Reorientar as fontes de munição da Ucrânia é difícil e complicado. Há relatos que indicam que as forças ucranianas estão sofrendo séria falta de munição em algumas regiões.

Armas antitanque

Foram fornecidas para a Ucrânia pelo menos 5 mil armas portáteis Nlaw, projetadas para destruir tanques com um único tiro.

Acredita-se que essas armas tenham sido particularmente importantes para impedir o avanço das forças russas sobre a capital ucraniana, Kiev, nas primeiras horas e dias após a invasão.

A Ucrânia recebeu da Polônia e da República Checa mais de 230 tanques projetados pelo Pacto de Varsóvia.

As Forças Armadas ucranianas vêm usando os tanques T-72 há décadas. Elas contam com pessoal treinado, capacidade de manutenção e peças de reposição.

A doação de tanques pela Polônia foi parcialmente complementada por equipamento alternativo de nações aliadas, incluindo os tanques britânicos Challenger 2.

Os drones têm sido muito usados no conflito até aqui. Muitos deles foram empregados para vigilância, definição de alvos e operações de carga pesada.

Nos últimos meses, a Turquia vendeu drones armados Bayraktar TB2 para a Ucrânia. Já o fabricante turco do sistema doou drones para operações de arrecadação de fundos em apoio aos ucranianos.

Analistas afirmam que os Bayraktar TB2 são extremamente eficientes. Eles voam a cerca de 7,6 mil metros de altura e atacam alvos russos com bombas guiadas a laser.

Acredita-se que eles tenham destruído embarcações navais, helicópteros e sistemas de mísseis. Eles também estão sendo utilizados para fornecer os locais exatos das posições russas, para ataques precisos com artilharia.

Defesas aéreas

A Ucrânia impediu com sucesso o controle total do seu espaço aéreo durante o conflito, mas pediu diversas vezes melhores sistemas de defesa aérea.

Os Estados Unidos enviaram para a Ucrânia o NASAMS, um avançado sistema de mísseis antiaéreos. Kiev também recebeu o sistema de defesa antiaérea S-300 da Eslováquia.

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Com ilustrações de Gerry Fletcher e Sana Dionysiou.

Fonte: BBC