Portugal: restaurante Ó Balcão vale a viagem até Santarém

Quando fomos passar um despretensioso fim de semana prolongado num hotel em Fátima, fui logo pensando no que poderíamos fazer no caminho de volta. Meu inconsciente me dizia que havia um restaurante que merecia o desvio rumo a Santarém. Dois segundos de Google e lá estava ele: Ó Balcão. Fizemos logo uma reserva para garantir o almoço da segunda-feira, quando quase todos os restaurantes fecham no interior. Atrasamos, remarcamos e quase não chegamos. Que risco!

Num prato preto, dois pequenos snacks feitos de esferas de suspiro recheadas por um patê
Macaron de iscas aceboladas: snack imperdível n’Ó Balcão. Bruno Barata/Reprodução

Entramos n’Ó Balcão já depois das 14h30. Aceitamos o espumante de boas-vindas e fomos guiados pelo menu do chef Rodrigo Castelo pelas mãos do simpático Nelson. Começamos com dois snacks: uma tartelete de algas com truta salmonada e um macaron de iscas de cebolada que mereceu bis – um suspiro crocante que derretia à primeira mordida, coroado por um pozinho suave com sabor de cebola caramelizada e um creme de fígado aveludado que me fez escapar da minha dieta sem carne sem culpa nenhuma. Viajei rumo à casa da minha avó e da querida Zulmira, que na minha infância preparavam um genial patê de fígado que jamais vou esquecer.

Pequenas tortinhas com a massa verde de algas, coroadas por ovas laranja de peixe
Tartelete de algas: leve e delicada. https://www.instagram.com/tabernaobalcao//Reprodução

Já munidos de taças refrescantes do branco Falcoaria 2020, outra surpresa, provamos o cremoso de caranguejo e lagostim do rio que estava… cremosíssimo e delicioso. Àquela altura já estávamos rendidos, mas ainda não imaginávamos que pudéssemos ir tão longe. Dois pratos depois, já estávamos pedindo ao Nelson uma dica de hotel para voltarmos naquela mesma noite ao jantar. E ainda nem tínhamos provado o siluro com açorda de algas e berbigão e nem o café das velhas, uma espécie de rabanada com um creme reconfortante com cheirinho de canela. 

Prato de peixe empanado com açorda de algas
Siluro (um peixe de rio) com açorda de algas e berbigão. Bruno Barata/Reprodução
Sobremesa servida num prato com uma fatia de rabanada, sorvete e um biscoito por cima
Café das velhas, uma rabanada com gostinho de canela e colo de avó. Bruno Barata/Reprodução

Já eram quase 17h quando fizemos nosso check-in para dar uma descansadinha e ir de novo ao Balcão provar o resto que tinha ficado à espera. Já passava das 21h quando o Nelson novamente nos recebeu, nos serviu mais espumante e praticamente escolheu tudo por nós. 

Snacks em forma de mini-sorvete, com a casquinha crocarnte e recheio de frutos do rio e do mar
Snack da noite: coscorão do rio até o mar, uma espécie de canudinho com frutos do rio e do mar. Bruno Barata/Reprodução
rolinhos de massa crocante com recheio de creme de coelho
Charuto de abóbora recheado com escabeche de coelho. Bruno Barata/Reprodução
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Voilà: charuto de abóbora com escabeche de coelho (olha eu aí de novo!) e coscorão do rio até o mar entre os snacks. Uma salada de ovas que nem estava no menu. E uma falsa cabidela de cevada e enguia defumada divinamente coroada por coentros e pistaches. 

Prato cremoso com grãos de cevada e enguia servido num bowl verde, coroado por folhinhas e pistaches
Falsa cabidela: neste caso, com cevada e enguia defumada. Bruno Barata/Reprodução

Poderíamos ter ficado por aí, mas nesta altura já não havia cerimônias. Um chiffon de nozes, por favor. E uma cama antes de chegar a Lisboa.

Sobremesa cremosa servida num prato, com um creme amarelo coroado por uma massa branca no centro
Chifon de nozes: grand finale. Bruno Barata/Reprodução
Couvert do restayrante com grossas fatias de pão numa cesta, azeite serviço num bowl, manteiga e um potinho com pequenos camarões fritos
Onde tudo começou: o couvert e as camarinhas crocantes. Bruno Barata/Reprodução

Em tempo: esqueci de mencionar o couvert do almoço, com pão de massa mãe morno com a casca crocante, azeite, manteiga de alho assado e camarinhas estaladiças (pequenos camarõezinhos de rio super crocantes e salgadinhos, para comer igual pipoca). Pensando bem, a culpa bem pode ter sido das camarinhas…

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Fonte: Viagem e Turismo