A disputa prometia ser acirrada. De um lado, um português e uma brasileira (eu!) apaixonados pelos vinhos alentejanos. Do outro, um casal sul-africano orgulhoso das origens vinícolas de seu país e ávido por mostrar que não estava ali para brincadeiras. Ao centro, o juiz: o premiado sommelier Gonçalo Mendes, um dos grandes nomes do mundo dos vinhos em Portugal. O desafio: analisar, cheirar, provar e misturar vinhos monocastas elaborados com as variedades mais típicas da região do Alentejo: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Touriga Franca e Syrah, devidamente rotulados no centro da mesa.
Entre garrafas sem rótulos e tubos de ensaio, foram nascendo blends únicos criados com diferentes percentuais de cada bebida. Pequenos ajustes aqui e ali e pronto: cada equipe tinha acabado de criar o seu próprio vinho. Nos minutos a seguir, uma prova às cegas elegeria o melhor. Gonçalo não tem dúvidas sobre o que considera ser o mais equilibrado e elegante. Curiosamente nem nós, os concorrentes – com a diferença de que o professor escolheu um e os quatro participantes, sem sombra de dúvidas, o outro.
Com o vinho preferido dos participantes em mãos (e um gostinho extra-oficial de vitória), a nossa equipe partiu para o próximo passo: escolher o rótulo e, já na área da adega, finalizar o processo: colocar a rolha e o lacre na garrafa, exatamente como acontece com os vinhos que nascem dos 6 hectares de vinhedos da propriedade circundante. Chegamos no quarto felizes da vida com o nosso primeiro vinho embalado numa elegante caixa de madeira.
Estamos no L’And Vineyards, hotel com o selo Relais & Châteaux que respira enoturismo em todas as suas vertentes no coração do Alentejo, a apenas 1 hora de distância de Lisboa. Além de estar cercado de vinhedos e fabricar os próprios vinhos – brancos, tintos e rosés –, ali há um spa onde os tratamentos são 100% à base de uvas e vinhos; um restaurante gourmet onde cada etapa dos menus degustação é harmonizada com uma bebida diferente; e um amplo menu de atividades temáticas como o workshop para os hóspedes fazerem o próprio blend ou um piquenique no meio das parreiras, além de diferentes degustações.
A pouco mais de meia hora de Évora, a capital do Alentejo, e a curtas distâncias de algumas das mais famosas vinícolas da região, caso da Cartuxa e da Herdade do Esporão, além de vilas lindas e castelos medievais, o L’And é também um bom exemplo de quando o hotel é também o destino. É possível facilmente passar o dia passeando pelo jardim, à beira do lago, andando de bicicleta.
Quer mais? A piscina externa é deliciosa, e a interna é a pedida ideal para os dias mais frios. No spa, o ritual “Corpo, Mente e Espírito” dura nada menos que 90 minutos de puro relax, com direito a esfoliação nos pés e uma longa massagem na cabeça. É sempre possível fazer uma degustação dos vinhos da propriedade. Esquentar na fogueira acesa no deck do lago ao fim da tarde. Fazer longas caminhadas. E quando todas as opções se esgotarem, ainda tem a sua suíte. No nosso caso, de frente para o lago e o castelo de Montemor-o-Novo, e com um teto retrátil providencial para observar as estrelas.
Anote aí: as diárias no L’And Vineyards custam desde € 326. Faça a sua reserva aqui.
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Fonte: Viagem e Turismo