Pesquisadores relacionam a passagem do furacão Irma com a morte de quase 700 idosos na Flórida

Em outubro de 2017, após a passagem do furacão Irma, o governo estadual registrou 14 mortes de pacientes idosos em asilos na Flórida, oito apenas em um local em Hollywood, no condado de Broward.  As mortes foram causadas pelo calor intenso, agravado pela falta de energia elétrica. Muitos idosos apresentaram dificuldades respiratórias, desidratação, alergias e outros problemas relacionados às altas temperaturas.

A história chegou às manchetes nacionais, ultrajou familiares e defensores dos idosos e levou à mudanças na lei estadual. Desde 2017, todos os asilos de idosos da Flórida são obrigados a ter geradores de energia.          

Mas um levantamento realizado semana passada pela University of South Florida e pela Brown University mostra que os efeitos colaterais do furacão Irma de 2017 podem ter causado a morte de quase 700 moradores de asilos do estado.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores compararam índices relacionados às condições de saúde de um grupo de 62 mil pacientes em 640 lares de idosos em 2017, com os índices de saúde de outros 62 mil pacientes em 2015.

Ambos os grupos incluíram pessoas com as mesmas faixa etária – todos na faixa de 85 anos- e mesmo percentual de homens e mulheres, brancos e negros.

Os resultados apontaram uma diferença de 262 mortes a mais em 2017 no período de 30 dias após a passagem do Irma na comparação com 2015. E no recorte temporal de 90 dias após o furacão, a diferença saltou para 433 óbitos a mais em 2017, totalizando 695 mortes que podem ter relação indireta com o furacão.

Confira as tabelas de comparação aqui.

“Hospitais lotados, acesso reduzido a cuidados e reduções de pessoal na casa de saúde devido a evacuações públicas obrigatórias são provavelmente componentes-chave da diferença entre os índices de mortalidade. Mas esses tópicos estão além do escopo deste estudo”, diz a pequisa.

“Além disso, embora os residentes das casas de repouso representem apenas uma pequena parte da população da Flórida, nossa análise mostra contagens de mortes substancialmente mais altas em 2017 do que as relatadas pelo Florida Health Department para todo o estado. Nossa descoberta de que os residentes de longa permanência nestes locais experimentaram maior mortalidade e morbidade associada à tempestade é importante para as autoridades de saúde pública priorizem esta população frágil em situações de emergências”.

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Fonte: AcheiUSA