Reconhecimento facial contra imigrantes ilegais em aeroportos americanos

Os Estados Unidos estão começando a usar sistemas de reconhecimento facial para controlar a entrada e saída de pessoas do país.

O sistema já está em testes e implantação desde 2017 em alguns aeroportos. Chamado de Biometric Exit (ou saída biométrica, na tradução direta), o sistema pega uma imagem do usuário antes do embarque e combina tais informações com o visto e passaporte que o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) tem. Caso haja qualquer problema, a pessoa é retirada do voo antes da decolagem e pode ser proibida de entrar no país por pelo menos 10 anos.

Um dos principais objetivos, claro, é identificar quem são as pessoas que estão em situação irregular com tempo de permanência no país. Um dos principais métodos de imigração ilegal para os Estados Unidos consiste exatamente em entrar na região de forma legal, mas não voltar dentro do prazo estipulado pelo Departamento. Ainda, caso haja vencimento do visto, o indivíduo também poderá ser expulso do país.

O DHS apresentou um relatório fiscal de 2018, tal qual empresas privadas fazem. Até o ano passado, quinze aeroportos do país contavam com o sistema, sendo que a tecnologia registrou 7 mil passageiros acima do tempo limite de estadia no país.

O sistema também está sendo implantado em portos e outros pontos de entrada por terra nos Estados Unidos, mostrando que 666 mil pessoas buscaram viajar para o país sem documentação para isso. No mesmo período, foram encontrados só 85 pessoas com documentos falsos entrando a pé no país.

Segundo o DHS, para garantir a segurança das pessoas, as imagens registradas de visitantes estrangeiros são guardadas por “um curto período de tempo”, sem especificar exatamente qual. Já para residentes no país, as imagens são apagadas logo após a verificação.

A expectativa é de que em cinco anos 97% dos aeroportos e portos do país já contem com o sistema.

Brasil – O documento também apresenta uma tabela de países e suas taxas de permanência nos Estados Unidos após o período estipulado. O Brasil aparece como campeão em termos de números absolutos entre os não-fronteiriços (sem México e Canadá). No ano passado, foram ao menos 36 mil pessoas que permaneceram de forma ilegal no país, representando 1,65% do total de viagens. A tabela segue com Venezuela (35 mil) e Nigéria (29 mil).

Os números também incluem pessoas que foram trabalhar ou estudar e pediram visto para permanência além do previamente estipulado.

Fonte: A Semana