URGENTE: Governo Biden pode permitir que famílias separadas na fronteira permaneçam nos EUA, diz secretário

O secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, disse nesta segunda-feira, 1°, que o governo Biden vai considerar permitir que famílias de imigrantes separadas na fronteira pelo ex-presidente Donald Trump vivam nos Estados Unidos permanentemente, mas sem prometer a elas a chance de garantir a cidadania americana.

“Vamos explorar caminhos legais para que eles permaneçam nos EUA e atendam às necessidades da família”, disse o principal funcionário da imigração do presidente Joe Biden, a jornalistas na Casa Branca. “Estamos agindo da forma mais restauradora possível.” A declaração não satisfez os advogados de famílias separadas que travam uma batalha judicial para reuni-los. Anthony D. Romero, o diretor-executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês)), elogiou Mayorkas, mas disse que ele não foi longe o suficiente.

EUA imigração

“O secretário Mayorkas precisa se livrar de todas as ressalvas e qualificações em torno de seu anúncio e seguir em frente com tudo que é necessário para consertar o que está errado”, disse Romero. “Devemos restituição a eles (famílias imigrantes). Isso inclui um caminho permanente para a cidadania, cuidado e recursos para ajudá-los.”

Os comentários de Mayorkas ocorreram momentos antes da reunião de Biden por videoconferência com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, um dos impulsionadores inesperados, mas essenciais, das políticas da era Trump para selar as fronteiras dos EUA para os migrantes, que Biden está tentando agora relaxar. Espera-se que o presidente democrata discuta a pandemia de coronavírus, reprimindo o tráfico de drogas e colaborando em oportunidades econômicas com um dos maiores parceiros comerciais de Washington, de acordo com um alto funcionário do governo.

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A discussão, que ocorre poucos dias depois de Biden tentar consertar as relações em uma reunião virtual com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também se concentrará nos esforços para controlar a migração, enquanto o governo Biden enfrenta o aumento do número de crianças desacompanhadas na fronteira sul.  López Obrador é um parceiro crítico enquanto Biden busca reverter as políticas de fronteira do ex-presidente e fazer da reforma da imigração uma peça central de sua agenda.

‘Profundezas da crueldade’

Em seus comentários, Mayorkas denunciou o que chamou de “as profundezas da crueldade” impostas pela administração de Trump aos migrantes.  Ele disse que a separação de famílias na fronteira era “o exemplo mais poderoso e doloroso da crueldade que precedeu este governo” e nomeou um ativista de direitos humanos de longa data como diretor executivo de uma força-tarefa destinada a garantir que as crianças sejam reunidas com seus pais.

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Em López Obrador, no entanto, Biden não está lidando com mais um líder mundial aliviado, ansioso por reconstruir relações e seguir em frente com seu antecessor abrasivo.  O presidente mexicano ganhou a admiração de Trump por cooperar com sua agenda de imigração linha-dura, uma reversão de uma promessa de campanha para proteger os migrantes, feita em parte para evitar as tarifas que Trump ameaçou impor.

López Obrador passou a apreciar o governo Trump por sua eventual abordagem indireta das questões de política interna mexicana e foi um dos últimos líderes globais a parabenizar Biden por sua vitória eleitoral. Biden não exigirá ações específicas, de acordo com o alto funcionário que falou aos repórteres sob a condição de anonimato para discutir a reunião. Não está claro como Biden responderá ao recente apelo de López Obrador para criar um novo programa de trabalhadores convidados para mexicanos e centro-americanos nos EUA.  Questionada sobre a proposta na segunda-feira, Jen Psaki, a secretária de Imprensa da Casa Branca, disse que aumentar o número de vistos disponíveis para trabalhadores convidados exigiria uma ação do Congresso. A administração Biden também não considerará compartilhar o fornecimento de vacina dos EUA com o México, disse Psaki.

Fonte: Brazilian Press