Acusada de furtar mais de US$72 mil, brasileira desaparece

Uma mulher diz que sua governanta de confiança limpou suas contas bancárias, roubando mais de…

Uma mulher diz que sua governanta de confiança limpou suas contas bancárias, roubando mais de US$ 72.000. Agora, ela diz que o sistema legal errou quando um juiz de Boston (Massachusetts) permitiu que a acusada ficasse com seu passaporte brasileiro.

Eve Dougherty, que mora em Charlestown (MA) criticou: “Você vai aos tribunais, na esperança de obter alguma justiça, e o que você vê não é muito desanimador”.

De acordo com as investigações, em dezembro passado, a empregada brasileira que trabalhava há bastante tempo para Dougherty foi acusada de roubar folhas de cheques da patroa e falsificá-los para furtar mais de US$ 0.000.

Ainda pior, Dougherty descobriu que além dos cheques, muito mais foi desviado pela brasileira. O dinheiro da conta de poupança que deveria ser usado para pagar a faculdade de seus três filhos também sumiu. “É uma lição muito cara”, lamentou ela na época.

Uma lição cara, mas Dougherty achava que pelo menos teria alguma justiça no tribunal.

Em sua audiência em um tribunal de Charlestown no ano passado, Aparecida Rodrigues Alves (conhecida por clientes como “Amanda”) foi indiciada pelas acusações criminais de fraude de identidade, furto e falsificação de cheques.

Depois de se declarar inocente, ela foi libertada, mas recebeu uma ordem específica do juiz Thomas Kaplanes: “Deveria entregar seu passaporte”.

No entanto, depois de deixar o tribunal, naquele dia, a brasileira teve uma mudança de opinião. Alguns dias depois, no prazo para a entrega de seu passaporte, ela disse aos funcionários da condicional que queria ficar com o documento.

Eles a informaram que um juiz precisaria tomar a decisão e marcar uma audiência para deliberar sobre isso. Foi quando outro juiz, Michael Coyne, levantou a exigência de que Alves entregasse seu passaporte.

Mas a brasileira nem apareceu na audiência e seu advogado de defesa, designado pelo estado, disse que ele não tinha conhecimento de seu cliente. Apesar de sua ausência, o juiz pediu detalhes sobre o caso e indicou que permitiria que Alves guardasse seu passaporte.

O promotor do Condado de Suffolk argumentou que Alves havia acabado de concordar com as condições de liberação em vez de um pedido de fiança em dinheiro. “A Commonwealth está preocupada que ela está tentando fugir do país neste momento”, disse o promotor.

“Estou confortável com a decisão que tomei”, respondeu Coyne. “Observei a objeção da Commonwealth”.

Um dos cheques falsificados supostamente assinados por Aparecida Rodrigues Alves.

Mas quando a brasileira deveria estar de volta a Charlestown para sua próxima audiência, em fevereiro, ela não foi encontrada em lugar nenhum. Autoridades emitiram um mandado de prisão. “Eu sabia que ela tinha ido embora”, disse Dougherty.

A advogada Wendy Murphy chamou a decisão do juiz de desconcertante, especialmente considerando que Alves nem estava presente na audiência. “Como uma pessoa ganha uma audiência se não aparece?”, questionou Murphy. “Eu não consigo entender isso. Eu não posso nem mesmo dar uma explicação para isso. É tão estranho”.

Durante a audiência, Coyne também ofereceu uma explicação surpreendente para sua decisão: “Os sistemas nos aeroportos, terminais de ônibus e estações de trem são tão rigorosos hoje do que eram há alguns anos, seria duvidoso que ela pudesse sair do país neste momento se tivesse um caso pendente”.

Murphy disse que não é assim que o sistema funciona. “Se você aparecer no aeroporto com um bilhete e um passaporte, eles não farão a checagem para ver se você tem uma cobrança pendente”, disse ela.

Um porta-voz da Patrulha de Fronteiras dos EUA confirmou essa afirmação, dizendo que um caso criminal pendente não seria necessariamente sinalizado para impedir que alguém viajasse para fora do país.

Uma advogada de defesa criminal da Faculdade de Direito da Universidade de Boston, Karen Pita Loor, defendeu a decisão de Coyne. “Esta foi absolutamente a decisão certa”, disse ela, que tem experiência em casos envolvendo imigrantes.

Na terça-feira, um porta-voz do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, sigla em inglês) disse que a brasileira entrou no país em junho de 2009, como turista, e nunca mais saiu. “Embora questionada pelas autoridades locais por acusações criminais, ela nunca foi presa, portanto, o ICE não foi notificado de sua presença contínua nos EUA”, disse o porta-voz, John Mohan, em um comunicado.

Dougherty disse que o requerimento do passaporte era seu único pedido no momento da acusação, em vez de obrigar a mãe de quatro filhos a pagar uma fiança em dinheiro. “Eu não quero ser vingativa”, expressou Dougherty. “O que aconteceu aqui é realmente terrível. Eu estou apenas tentando superar isso. Mas a cada passo que dou, estou me ferrando”.

Não foi informado se a brasileira fugiu do país ou está escondida dentro dos EUA.

Fonte: Redação Braziliantimes

Fonte: Brazilian Times