Caso do golpe da carteira internacional falsa continua a gerar vítimas

“Estão tentando intimidar as vítimas, para que elas não consigam recuperar seu dinheiro”

Hoje em dia, é cada vez mais comum a criação de perfis falsos ou websites anônimos, criados com o objetivo de propagar fake news e caluniar.

Como foi o caso do site criado apenas para divulgar mentiras sobre o repórter investigativo Thathyanno Desa, logo quando ele estava ampliando as denúncias do caso do golpe das carteiras de motorista internacional.

Além do mais, os criminosos também atacaram outras pessoas, como a mediadora judicial Sue O’Brien, que também foi vítima das mentiras.

Mas engana-se quem pensa que esses crimes ficam no anonimato e sem solução. Segundo o advogado especialista em crimes cibernéticos, Jonatas Lucena, está cada vez mais fácil identificar esses criminosos.

“Esse falso anonimato que muitos têm quando tentam acessar internet para cometer delitos é um grande equívoco. Hoje é muito fácil rastrear algum delito na internet. Na verdade, é mais fácil rastrear quem cometeu um delito na internet do que um tradicional.

Essa falsa sensação de anonimato não existe mais. Hoje tem uma legislação muito forte para nesta questão de crime cibernética, se faz quebra de sigilo”, explicou em entrevista à USBR TV.

“Existe vários crimes aqui. Se fosse no Brasil, seria crimes contra a honra. Injuria, calunia difamação. Na esfera cível, caberia a ação indenizatória de reparação de danos. São crimes extremamente graves e o dano causado à imagem é muito grave”, conta.

Segundo o especialista, o procedimento padrão é descobrir quem criou esse site, quem hospedou e a origem. “Descobrimos que esse site foi hospedado no Brasil, numa empresa chamada Locaweb.

O procedimento padrão seria uma quebra de sigilo judicial, colhendo os IPs de quem criou esse site, de quem hospedou esse site, de quem acessa essa hospedagem.

E com base na nossa legislação, a Locaweb fornece esses dados de IPs, e numa segunda ação, quebramos o sigilo dos IPs e chegamos nessa pessoa. Independente da vítima ser cidadão americano ou não. O crime foi cometido e o site foi hospedado no Brasil. Com a quebra de sigilo, chegamos nele com muita tranquilidade”, adianta.

“Um exemplo é o de uma família que estava sendo ofendida. Ela me encontrou pela internet, fizemos a quebra de sigilo judicial. E tinha IPs do brasil e de Massachusetts. O que que vou fazer? Esses IPs do Brasil, eu vou fazer a segunda ação. Se for dos EUA, um advogado daí quebra o sigilo com a legislação”, conta.

“Muitas pessoas vítimas de crimes, imaginam não ser possível chegar ao criminoso. Imaginam que a pessoa está anônima. Mas é possível chegar ao crininoso, independente do jeito que foi feito. Seja um perfil falso, um site calunioso. É um crime odioso e o criminoso tem que pagar nos termos da lei”, completa.

Vítima das mentiras

Sue também participou do programa e contou o choque que foi ser vítima de fake news do tipo. Ela trabalha como juíza de paz, realizando casamentos, e foi acusada, de maneira mentirosa, de ser aliada da máfia.

“O repórter Thathyanno Desa fez uma investigação profunda relacionada a carteiras internacionais que estavam sendo emitidas aqui no estado de Massachusetts e em outros estados, a quais são emitidas por pessoas que não são de órgãos federais.

Foi criado um site com varias calúnias sobre o Thathyanno Desa, que é um amigo da minha família, meu e do meu marido, vem ajudando a comunidade há muito tempo.

Até aí tudo bem. Por ser mediadora judicial, ficamos muito surpresos com esse site que apareceu do nada. Mas dias atras, a minha foto aparece nesse site como uma aliada da máfia, como uma pessoa que casa terceiros, que organiza casamentos de green card.

Quando eu vi isso, eu automaticamente falei que era um absurdo. Só tem três juizes de paz no estado de Massachusetts que são brasileiros que falam português. E passamos por vários passos. Até um background criminal muito extenso para ser um juiz de paz.

Então essas acusações fraudulentas chegaram a uma magnitude que hoje postaram que eu também tenho um romance extraconjugal com policial e que ajudo essa máfia. É uma situação muito chata, porque está colocando não só a minha integridade, da minha família, como a minha empresa e tudo que eu represento à comunidade brasileira há 18 anos”, contou.

“Tenho muito acesso a prefeitos, a polícia. Fui à polícia, apresentei o caso. E essas pessoas, estão sendo motivo de risadas, tanto para oficiais do estado quanto para a polícia. E eu convido vocês. Sou cidadã americana.

A polícia quer entrevistar vocês, já que vocês dizem ter provas contra a minha pessoa. Então eu convido vocês a irem comigo, sentar com o sargento e apresentar as provas. Porque vocês estão fazendo um circo. Estão sendo motivo de piada.

É uma situação constrangedora, que eu espero que seja punida pela lei. Elas serão intimadas para explicar tais acusações”, completa Sue.

Thathyanno também participou do programa. Ele explicou o golpe, tratado várias vezes no Globe News USA, e falou sobre as calúnias que vem sofrendo. “Falam que eu fui preso pelo FBI e uso tornozeleira. São um bando de ratos, se esconderam atrás de perfil falso, um site totalmente amador, um português horrível. Eu que estou nos EUA nesses anos todos fiquei contente, porque o meu ganhou deles.

Não tem provas, é tudo fake news. A advogada achou que a entrevista iria ficar só aqui nos Estados Unidos. Mas uma vítima do Bruno Almeida lá do Brasil viu a entrevista e entrou em contato e foi assim que descobrimos. Após entrevistarmos as vítimas, no dia 22/10, eles ficaram com raiva e já no dia 23, eles criaram esse site.

Fiquei emocionado. Os caras criaram um site só para mim, passaram a madrugada criando o site, buscando fotos”, revela Thathyanno.

“Estão tentando intimidar as vítimas, para que elas não consigam recuperar seu dinheiro, que é o nosso objetivo. Essa quadrilha criou esse site dizendo que eu estava em parceria com a imigração, para fazer com que a vítimas que precisam receber o dinheiro tenham medo de mim ou do policial que está trabalhando”, afirma.

“Colocaram fotos de pessoas que não deveriam ter colocado, mas estamos falando de bandidos, e bandidos jogam sujo. Temos muitos detalhes, e temos um elemento surpresa que vai vir logo, e vamos desmascarar esses bandidos que se acham inteligentes, mas são um bando de burros e um bando de ratos”, completa o repórter investigativo.

Fonte: Globe News USA / Thathyano Dessa

Fonte: Brazilian Times