Eleição histórica levou brasileiros naturalizados americanos às urnas e trouxe otimismo

Uma eleição presidencial histórica pelos seus números e feitos, pela luta voto a voto na…

Uma eleição presidencial histórica pelos seus números e feitos, pela luta voto a voto na maioria dos Estados e pelo inédito comparecimento da população às urnas, seja através dos correios ou pontos de votação (ver boxe). Em meio a pandemia mundial (Covid-19), que afetou drasticamente a economia Americana; acirrou lutas anti-racismo e segregações; e gerou protestos contra políticas públicas restritivas à imigrantes; brasileiros com direito a voto foram às urnas no Estados Unidos e exerceram sua cidadania. Esperança é a palavra de ordem. Alguns por conhecerem e acreditarem nos ideais defendidos pelo presidente-eleito democrata Joseph R. Biden, 77 anos. Outros pela aversão ao estilo republicano de Donald Trump, 74 anos, de governar e conduzir a nação mais rica do mundo sob o olhar do planeta.

  1. 65% da população bateu recorde e garantiu seu voto pelos correios;
  2. 159 milhões de Americanos foram às urnas pessoalmente, apesar da pandemia (Covid-19);
  3. Mais de 75 milhões de votos foram conquistados pelo democrata Joseph R. Biden, projetando-o como o presidente mais votado da história dos EUA;
  4. Biden também é o presidente mais longevo a assumir a presidência do país (em janeiro de 2021, ele terá 78 anos);
  5. Donald Trump é o 5º presidente, em 100 anos, a não se reeleger para o segundo mandato;
  6. Kamala Harris é a primeira mulher, negra e filha de imigrantes, a chegar a vice-presidência dos EUA.
Cláudio Madeira, 52 anos, Lowell, MA

O mineiro Cláudio Madeira, 52 anos, formado em Desenho Industrial, vive em Lowell, Massachusetts, há 25 anos. Desde seu período de faculdade, sempre acompanhou de perto os rumos políticos, econômicos e sociais do país que escolheu para viver. “Ele (Biden) vai melhorar a cara da América perante o mundo. Ele não fala mal dos velhos, pessoas de cor, nem apreendeu crianças e pessoas de diferentes opções religiosas. Tem caráter, é religioso e sabe lidar com pessoas de diferentes raças e opiniões, tem mais de 40 anos de vida pública”. Segundo Madeira, o presidente eleito sabe que a América não é um país de brancos e sim um “pote” de raças e religiões e é essa diversidade que proporciona ao país ser essa “potência mundial!” O mineiro vai além ao afirmar que os únicos “verdadeiramente americanos” são os indígenas, os demais, são filhos de imigrantes em suas genealógias.

Sobre o papel dos imigrantes, principalmente na economia, Cláudio Madeira explica que “os imigrantes fornecem mão-de-obra barata em todos os estados americanos e isso movimenta a economia”. “Ganham os imigrantes, com muito trabalho e força de vontade, ao conquistarem uma melhor qualidade de vida, e ganham os americanos, através de produtos e serviços melhores e com mais qualidade.

Por ter sido vice-presidente de Barack Obama, explica Madeira, Biden vivenciou o que é a condução de um país. “Independente de gostarmos ou não de um país, o povo não deve pagar por isso, principalmente mulheres, crianças e idosos. Trump denegriu a imagem dos americanos, ele dividiu o país. Essa não é a América que conhecemos. Somos uma nação religiosa, não somos uma federação mais uma confederação de diversos países. Cada estado tem sua lei, porém as leis obedecem a lei principal da federação. São estados independentes, mas sem representação externa, somente através da federação”, contextualiza.

Alexandre Nicolas Vallejos, 47 anos, Dallas, Texas

O brasileiro-americano Alexandre Nicolas Vallegos, 47 anos, filho de pai americano e mãe brasileira, mora em Dallas, Texas, há 20 anos. Ele lembra que quando chegou ao país, a disparidade social era bem menor do que é atualmente. “Aqui não havia grande diferença social entre quem tinha uma vida confortável e quem não tinha condições. Havia um padrão. Hoje essa disparidade tem crescido e não quero que os EUA vire um Brasil no quesito segurança, por exemplo”, contesta. Para isso, de acordo com Vallegos, “é preciso ter equidade na sociedade, quem ganha mais deve fazer mais”. Ele lembra que teve uma universidade subsidiada pelo governo americano em 30 anos e isso lhe deu a possibilidade de crescer. “Quero contribuir para o sucesso e longevidade desse país”, atestou o pernambucano.

A primeira participação de Vallegos nas eleições à presidência Americana foi em 2000, na disputa entre Al Gore e George W. Bush. “Na ocasião votei em Al Gore pelo suporte e valores voltados para as pessoas menos favorecidas. Não me importo de pagar impostos aqui porque sei que terão um bom uso, porém os republicanos querem impostos para financiar guerras”. Sobre Trump, ele define se tratar de um “demagogo patológico que governou com medo, focado nos adversários e não teve uma proposta de governo”. Vallegos lembra da frase do presidente eleito Joe Biden para definir seu voto: “Prometo ser um presidente que não busca dividir, mas unificar, que não vê estados vermelhos (Republicanos) e estados azuis (Democrata) – vê apenas os Estados Unidos”. Com dupla cidadania (Brasileira e Americana), ele almeja estabilidade interna e externa e foco estratégico, como por exemplo, na saúde.

Márcia Barbalho, 46 anos, Las Vegas, Nevada

A enfermeira brasileira Márcia Barbalho, 46 anos, hoje vive em Las Vegas, Nevada e tem três filhos americanos. “Votei porque me senti na obrigação de tirar Trump do poder. Ele é repugnante, não me representa”, resumiu. Como membro atuante na área de saúde e há mais de 10 anos na América, Barbalho diz que seu foco está em políticos que têm uma linha de atuação voltada para políticas sociais, com “mais igualdade econômica e social”. A brasileira enaltece o Sistema de Saúde Pública (SUS) brasileiro que, de acordo com ela, embora não seja “o mundo perfeito”, oferece atendimento à saúde de toda e qualquer pessoa. “O SUS não é perfeito, mas funciona”. “Biden disse que vai melhorar o Health Care – cuidado com a saúde –  para os menos favorecidos, ele governará para o povo”, defende.

Carolina Duarte, 46 anos, Nova York

A brasileira Carolina Duarte Dias Rodrigues, 46 anos, também é enfermeira e há 10 anos é casada com um americano, com quem vive em Nova York. Como cidadã brasileira, sempre fez questão de votar, desde os 16 anos, por acreditar que é uma forma de participação na democracia e exercício cidadão. “Gosto que minha voz seja ouvida independente de que partido seja eleito. É uma escolha pessoal e que gosto de exercer”. Ela já exerceu esse direito por duas vezes na América e no último dia 03 de novembro foi às urnas votar em Biden. “Votei nele por ser anti-Trump, por ele ser uma pessoa decente. Ele está mais de acordo com os ideais americanos”.

Alex Caetano de Barros, 46 anos, Carolina do Sul

Há 24 anos em solo americano e hoje residente de Fort Mill, Carolina do Norte, Alex Caetano de Barros, 46 anos, tem dupla cidadania por ser filho de pai americano e mãe brasileira. Ele garantiu seu voto nas últimas eleições por acreditar ser essencial para sua vida social e financeira nesse país, apesar do voto não seja obrigatório nos EUA como é no Brasil. “Embora como empresário a política de Trump seja favorável, não posso pensar somente em mim. Particularmente acho Biden velho, mas acredito que é ele quem tem melhor enquadramento e foco na igualdade social”, analisa. “É preciso pensar quem é melhor para o futuro do país”. Entre as políticas defendidas por Joe Biden e pela vice Kamala Harris, segundo Alex, está a federação da legalização da maconha, hoje aceita em quatro estados americanos: Arizona, Montana, Nova Jersey e Dakota do Sul. “Tenho a licença de venda aqui na região e com a legalização e amplificação à sociedade poderemos atuar de forma mais ampla”, resume.

Melissa Souza, 44 anos, Nova York

Formada pela Westminster University de Londres em E-business, a brasileira nascida em Maceió, Melissa Souza, 44 anos, mora NY. Há 10 anos ela veio acompanhando o marido que foi contratado por um grande empresa de tecnologia. Ela conta que ainda tem mentalidade brasileira como se voto fosse obrigatório. “Não me passa pela cabeça a opção de não votar. Voto é exercício ativo da cidadania e acredito que deva ser exercitado sem exceção”. Sobre a opção de voto em Biden, Souza é direta: “provavelmente votaria em qualquer candidato democrata para retirar Trump da presidência, mas também por me alinhar com os valores democratas. Trump tomou muitas medidas que vejo como retrógradas e, especialmente, como imigrante, discordo frontalmente”.

Em seu primeiro pronunciamento após o resultado da eleição, Joe Biden disse que irá reverter parte das políticas públicas implantadas por Donald Trump. Que a unificação da nação, hoje dividida, terá prioridade. Ele citou ainda quatro pilares de atuação: o combate à pandemia (Covid-19); a recuperação da economia; a igualdade social; e as mudanças climáticas. Sobre o Brasil, disse que irá criar um fundo para o comprometimento com a preservação da Floresta Amazônica. No último mês de outubro, já havia defendido a legalização de mais de 11 milhões de imigrantes em seu primeiro dia de governo.


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Fonte: Por Liane Cyreno

Fonte: Brazilian Times