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22 imigrantes morreram sob a custódia do ICE nos últimos 2 anos

Foto24 Roxana Hernandez 22 imigrantes morreram sob a custódia do ICE nos últimos 2 anosA morte da transexual Roxana Hernandez (dir.), com o falecimento de 2 crianças mantidas pela CBP, voltou a atenção sobre como os imigrantes em custódia são tratados

Desde 2003, ocorreram 188 mortes, quando o DHS foi fundado logo depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001

Uma análise nova do canal NBC News, baseada em dezenas de relatórios governamentais, investigações de mortes e auditorias dos centros de detenções do Departamento de Imigração (ICE) revelou um sistema repleto de problemas antigos. Os 22 imigrantes que morreram enquanto estavam detidos nos últimos 2 anos vieram de países distantes quanto o Vietnam e vizinhos como o México. Alguns eram residentes legais permanentes antigos, chegando como refugiados e estudantes. Outros eram candidatos recentes a asilo. Muitos eram jovens, metade não tinha sequer 45 anos de idade.

Roxana Hernandez era uma delas. O caso dela está entre as mortes mais polêmicas sob a custódia do ICE durante a administração Trump. A transexual de 33 anos, natural de Honduras chegou à fronteira dos EUA em busca de asilo como parte da caravana de imigrantes. Ela morreu duas semanas depois de ter sido detida pelo ICE. A morte dela, com o falecimento de 2 crianças mantidas pelo Departamento de Patrulha na Fronteira (CBP), voltou a atenção sobre como os imigrantes em custódia são tratados.

“Uma morte já é demais”, disse a secretária do Departamento de Segurança Nacional (DHS), Kirstjen Nielsen, durante o testemunho concedido ao Comitê Judiciário da Câmara, em 20 de dezembro, logo após a morte da primeira criança.

“Você vê alguém que claramente está buscando asilo, que foi detido e está sob custódia com uma condição médica séria, seja problemas cardíacos ou outra coisa, e pergunta? ‘Por que essa pessoa está presa?” Questionou Heidi Altman, diretora da National Immigrant Justice Center. “Não há razão para isso”.

Durante 2 anos da administração Trump 22 imigrantes morreram nos centros de detenções do ICE. Desde 2003, ocorreram 188 mortes, quando o DHS foi fundado logo depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

No último verão, a morte de Roxana fez com que um grupo de legisladores democratas exigisse que o ICE obedecesse um mandato do Congresso e divulgasse as informações sobre qualquer morte em até 90 dias. Em 19 de dezembro, o órgão divulgou relatórios sobre 6 pessoas que morreram em 2018, incluindo Hernandez.

Documentos revelam que a transexual pediu asilo aos EUA na fronteira com o México em San Diego (CA), em 9 de maio, e ficou sob a custódia do CBP. Quatro dias depois, Roxana foi transferida para o ICE. Na semana anterior à morte dela, Hernandez foi transferida 4 vezes: da Califórnia para o Arizona, Texas e finalmente ao Novo México, onde foi levada às pressas ao hospital local, após ter chegado em 17 de maio. Ela estava desidratada, com fome e febre, segundo detalhes liberados pelo ICE. Os médicos descobriram que, além do HIV não tratado, ela sofreu choque séptico. A transexual morreu em 25 de maio.

Uma autópsia independente contradisse a conclusão inicial que Hernandez havia morrido de parada cardíaca, revelando que ela deve ter morrido de complicações causadas pela desidratação e HIV. Além disso, o corpo dela mostrava evidências de “abusos físicos”. Ativistas, incluindo o advogado que representa a família de Roxana e outros 3 imigrantes que também morreram sob custódia, alegaram que os documentos divulgados recentemente faltam detalhes importantes e análise crítica sobre as mortes.

Fonte: Brazilian Voice