Azul diz estar pronta para vender passagens aéreas a R$ 200

Previsto para começar em agosto de 2023, o programa do governo federal ‘Voa, Brasil’ promete ter passagens aéreas a R$ 200, e a Azul diz estar pronta para vender bilhetes por esse preço caso o programe inicie mesmo no mês que vem.

A princípio, o público-alvo do programa abrange aposentados, pensionistas e estudantes ou pessoas com renda de até R$ 6.800, e a primeira fase do programa prevê atender aposentados que recebam até dois salários mínimos. E só poderá participar do ‘Voa, Brasil’ quem não fez voos domésticos nos últimos 12 meses.

O CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, afirmou hoje que a companhia aérea apoia o programa. “Estamos animados com o ‘Voa, Brasil’, estamos trabalhando com o ministro (Márcio) França, e o governo Lula quer que mais pessoas voem”, declarou.

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Apesar de ver o programa com bons olhos, o executivo acredita ser necessário fazer um trabalho para conscientizar quem não está acostumado a viajar de avião, já que o programa vai atingir uma parte da população que nunca voou. “Temos que ver como se comunicar com esse pessoal, pois muitos não sabem direito como é o avião, como é voar com escala por exemplo”, disse. “Queremos ensinar o brasileiro a voar. Precisamos de mais CPFs voando, tem muito pouco brasileiro que viaja”.

Questionado quando o programa vai realmente entrar em ação, Rodgerson disse que a expectativa é mesmo agora para agosto. “O ministro já quer vender (as passagens) no mês que vem e, se pudermos vender, melhor ainda.”

Reforma tributária

Aprovada semana passada na Câmara dos Deputados, o texto-base da reforma tributária pode fazer com que as companhias aéreas tenham um incremento médio de impostos de R$ 3 bilhões a R$ 3,7 bilhões a serem pagos por ano.

O CFO da Azul, Alex Malfitani, espera que o texto sofra alteração antes de ser aprovado no Senado. Para ele, não há lógica em tentar melhorar o turismo no país e o número de pessoas voando, com a criação do ‘Voa, Brasil’, para depois aumentar os impostos das companhias. “Faz tudo isso para cobrar uma carga tributária maior das empresas? Não tem sentido”, afirmou.

Sobre o assunto, Rodgerson diz acreditar que o governo “está vendo com bons olhos a aviação neste momento” e acha que “as conversas ainda não acabaram”. E só lamenta um ponto: “O Brasil ainda tem o turismo muito fraco, tem gringo que vai para a Jamaica e não vem para o Brasil, é uma vergonha. Com o dólar a 5 reais, deveríamos chamar os gringos para vir para o Brasil, temos as melhores praias, os melhores destinos”, apontou.

A Azul espera receber ainda este ano seis aeronaves Embraer E2. “Com a chegada dos aviões e com o combustível mais barato, vamos ter mais pessoas voando neste segundo semestre”, disse Rodgerson.

Fonte: Melhores Destinos