Bombeiros ordenam evacuação por risco de rompimento em outra barragem em Brumadinho (BH)

As buscas por desaparecidos após rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, ocorrido na tarde de sexta-feira, 25, foram suspensas temporariamente por risco de rompimento de outra barragem próxima.

Dos 345 desaparecidos, 46 foram encontrados e encaminhados para unidades de saúde, segundo boletim das forças integradas de segurança, formadas por Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil, neste sábado, 26.

Às 11h40 (horário local) deste sábado, o Corpo de Bombeiros emitiu um alerta de que uma terceira barragem na região da Mina do Feijão havia se rompido. Eles determinaram que oficiais que faziam o resgate em meio à lama fossem retirados, assim como jornalistas que trabalhavam próximos à Igreja do Córrego do Feijão.

Um ônibus foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros na região próxima à barragem rompida da Vale. Todos os que estavam no coletivo eram funcionários da empresa e morreram, segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros.

“Como é um local de difícil acesso e precisamos de um maquinário especial para acessar essa estrutura e retirar essas vítimas, ainda não fechamos o número de óbitos. Mas esse número de óbitos irá aumentar”, destacou ele.

Até o momento, há confirmação de 9 mortos. O governo do estado decretou lutou de 3 dias. Permanecem desaparecidas 299 pessoas e 9 vítimas fatais foram retiradas dos rejeitos, de acordo com o comunicado. São 86 famílias cadastradas em zonas de alto salvamento (treinamento em ponto alto para serem socorridas). Destas 86 famílias, duas foram contatadas e resgatadas.

As outras famílias permanecem aguardando, devido à ausência de energia elétrica, sinal de telefonia e internet.
A Vale divulgou em seu site uma lista com 413 nomes de funcionários com as quais ainda não foi conseguido contato.
Até então, 189 pessoas foram resgatadas com vida, a maioria estava ilhada. Vinte e três pessoas foram internadas em serviços de saúde de Belo Horizonte e de Brumadinho, sendo que duas delas já receberam alta.

O rompimento ocorreu no início da tarde de sexta-feira (25), na Mina Feijão. A Vale informou que uma barragem rompeu e fez outra transbordar. Um mar de lama destruiu casas da região. Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade de Vila Ferteco. O acesso a Brumadinho pela rodovia BR-040 está bloqueado.

Risco era iminente e conhecido

O superintendente do Ibama em Minas diz que já havia alertado, em dezembro do ano passado, que barragens de rejeitos em Brumadinho, entre elas a da Vale que se rompeu na sexta-feira, “não ofereciam risco zero”.

O aviso de Grillo foi feito durante reunião extraordinária da Câmara de Atividades Minerárias. A discussão acabou com a aprovação, de forma acelerada, da licença para a continuidade das Operações da Mina da Jangada e das operações da Mina de Córrego do Feijão, cujo rompimento matou pelo menos nove pessoas e mobilizou uma multidão em busca de pessoas desaparecidas em meio a um mar de lama.

Na reunião que aconteceu em 11 de dezembro de 2018 na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, houve uma acalorada discussão com a participação de dezenas de moradores que se manifestaram contra as licenças por causa de possíveis abalos hídricos na região. Mas o resultado foi pela aprovação, com folga, das licenças: 8 votos contra 1, com 1 abstenção. Grillo se absteve.

Veja o vídeo com cenas da lama que cobriu boa parte da área rural da cidade e depoimento de moradores ao Portal Uai. Crédito: Estado de Minas.

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Fonte: Gazeta News