Mercado imobiliário da Flórida deve continuar em alta em 2020

Região de Aventura, sul da Flórida. Divulgação\Elite International Realty.

Com a economia superando a média nacional e taxas de juros das hipotecas seguindo em níveis baixos, a Flórida continua sendo um polo atrativo para o mercado imobiliário. Apesar de desafios como aumento dos preços, o mercado espera crescer, com Miami e Orlando entre os destinos mais buscados para moradia e investimento.

A realidade é que o mercado imobiliário da Flórida encerrou 2019 com mais vendas, preços médios de venda mais altos e mais inventário pendente em comparação com o ano anterior, de acordo com dados da Florida Realtors. As vendas de casas unifamiliares existentes em 2019 totalizaram quase 300.000 – um aumento de 5,9%, segundo a maior associação comercial do estado.

Apesar da expectativa, os valores dos imóveis também tendem a aumentar. O preço médio das vendas em todo o estado das residências unifamiliares existentes no final de 2019 era de US $ 264.000 – um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior, aponta a Florida Realtor.

Bastante procura, apesar do aumento

No entanto, os especialistas do mercado imobiliário não consideram isso um grande problema. “O preço médio das vendas ainda continua subindo, mas, olhando para o que é o pagamento mensal da hipoteca, ainda é muito menor devido às taxas historicamente baixas das hipotecas atuais. E isso continua a impulsionar as vendas e torna boa hora para comprar”, explicou o economista-chefe Dr. Brad O’Connor ao Mortgage Professional America, site especializado no setor.

“O mercado imobiliário cresceu e os imóveis da região estão atraindo quem quer investir para moradia, com muitos diferenciais que agradam ao público”, salienta o consultor Daniel Ickowicz, diretor da Elite International Realty, empresa especializada em compra, venda e aluguel de imóveis, sediada em Miami.

Com uma média de vendas a brasileiros de 300 imóveis por ano, incluindo a região de Miami e também a de Orlando, Ickowicz diz que as expectativas do mercado imobiliário no estado para 2020 são de aumento nas vendas de imóveis comerciais.

“Para nós, da Elite International Realty, 2020 será o ano dos imóveis comercias – propriedades que geram renda com pouca (ou nenhuma) gestão por parte do investidor. É possível obter um rendimento em dólares entre 6% a 8% ao ano. Com isso, o que se percebe, é que além da possibilidade de diversificação de capital, tornou-se uma excelente alternativa transformar um percentual do patrimônio em imóveis nos EUA. Tendo como intuito, dolarizar parte das economias, visando maior segurança nos investimentos”, destaca.

Em números, a Flórida superou US $ 100 bilhões (total de” US $ 101,9 bilhões) em volume em vendas de imóveis no ano passado, um aumento de 8,3% em relação a 2018; para condomínios foram US $ 31,6 bilhões em volume, um aumento de 1,8% em relação ao número de 2018, de acordo com O’Connor.

Orlando

Região de Orlando continua com alta procura de imóveis. Foto: flickr.

Diferença de preços dos imóveis no Brasil e EUA

Não é novidade que a diferença de preços de imóveis no Brasil e nos Estados Unidos pode ser muito grande dependendo do local escolhido. A Elite International Realty cita como exemplo o preço da região nobre de São Paulo/Capital por metro quadrado de aproximadamente R$ 20,5 mil. “Já em Orlando, a média do valor do metro quadrado está na faixa de R$ 6 mil a R$ 8 mil. Há casos em que, pelo mesmo valor comprado no Brasil, é possível adquirir um imóvel muito superior em Orlando”.

Como funciona o financiamento de imóveis no Brasil e nos EUA

Financiar um imóvel no Brasil e nos Estados Unidos tem muita diferença. Para Daniel Ickowicz, no Brasil, o processo é bem mais burocrático. “A Caixa Econômica Federal é a responsável pela maioria dos financiamentos no Brasil. A instituição financeira oferece as menores taxas de juros, que atualmente são de 6,50% a 8,50% ao ano. Mas, por exemplo, ao dar entrada em um financiamento na Caixa, o prazo entre a entrega dos documentos até a aprovação da compra pode durar três meses ou mais, apesar do período informado ser, geralmente, de 10 dias”, analisa o diretor de vendas.

Nos Estados Unidos os juros bancários para financiamentos para estrangeiros variam entre 4,5% e 5,0%, segundo o perfil do cliente, valor de entrada disponibilizado e o preço do imóvel a ser comprado. “O prazo entre a entrega das papeladas até a aprovação da compra leva poucos dias, além de o comprador poder enviar toda a documentação por e-mail e assinar eletronicamente, sem a necessidade de enfrentar fila nos bancos e com toda comodidade”, conta Ickowicz.

“Jamais compraríamos algo parecido no Brasil”

Dante Pereira e a esposa Luiza Simões, na foto com os filhos, refinanciaram a casa em Holiday (FL).

De início, a experiência de comprar a casa própria na Flórida não foi tãoboa para o casal de paulistas Dante Pereira e a esposa Luiza Simões. Eles contam que não tiveram muita sorte ao fechar o primeiro financiamento da casa em Holiday, no condado de Pasco, oeste da Flórida, há dois anos.

“Tivemos problemas por causa dos profissionais do banco. Tirando todo stress e transtorno, ainda fizeram o financiamento total do imóvel para 30 anos, com apenas 5% de entrada e taxa de juros anual de 4.75%. Mais alto do que está agora. Eles foram completamente incompetentes e fizeram do nosso sonho um pesadelo”, afirma Pereira.

No ano passado, o casal começou a pesquisar mais sobre investimentos e resolveu mudar o negócio. “Começamos aprender lições de um “conselheiro financeiro”, o americano Dave Ramsey, que recomenda financiar uma casa de uma única maneira: 15 anos com taxa anual fixa e com pagamentos que não passem de 1/4 do seu rendimento mensal. Com isso em mente procuramos dessa vez um brasileiro pra ajudar no nosso refinanciamento: Álvaro Loureiro ( da Homeowners Financial Group). Foi a melhor experiência que tivemos”, conta Pereira, que trabalha como entregador na USPS.

Assim, eles conseguiram refinanciar a casa de 30 pra 15 anos com juros anuais de 3.75% em menos de um mês. Mesmo o imóvel tendo aumentado de preço pela valorização em apenas dois anos, de $133 mil para $168 mil no refinanciamento, o casal conseguiu economizar aproximadamente $60 mil dólares ao longo do processo.

“Moramos na Flórida há 7 anos e desde que chegamos os preços de imóveis dobraram já. Mas temos certeza que com o valor da nossa casa aqui jamais compraríamos algo parecido no Brasil. E no processo de refinanciamento não precisamos nem ir ao banco ou cartório. Uma funcionária da equipe veio até nossa casa para assinarmos todos os documentos “, finaliza Pereira.

Diferenças de IPTU no Brasil e nos Estados Unidos

Tema de dúvidas para a maioria, a compra de um imóvel nos EUA envolve também o Property Tax, taxa semelhante ao Imposto Predial e Territorial Urbano – o IPTU – no Brasil, mas recolhida de forma diferente.
Daniel Ickowicz explica que, no Brasil, o IPTU é cobrado anualmente, e o preço corresponde em média a 1% do valor venal do imóvel, no caso de propriedades exclusivamente residenciais. Para outros tipos de modalidades de imóveis, essa quantia pode subir para 1,5%. No País, o montante pode ser pago à vista ou parcelado em até 12 vezes.

Nos EUA, o imposto é chamado de Property Tax, que também é recolhido todo ano, na porcentagem de 1,6% a 1,7% do valor venal da propriedade. Uma diferença importante é que o contribuinte pode visualizar exatamente para onde a quantia está sendo destinada, já que é discriminada na conta. Por exemplo, cerca de 20% a 30% do valor irão para manutenção de escolas públicas locais.

“Em solo americano, na maioria das cidades, não existe possibilidade de pagar o imposto em parcelas, exceto no Condado de Orange e alguns Condados da Flórida que permitem o parcelamento em até seis vezes”, explica o diretor da Elite International Realty. “Esse benefício precisa ser pedido antecipadamente no site oficial do condado ou da cidade”, completa.

Desafios para 2020

Dentre os desafios que a Flórida vai enfrentar para aumentar a oferta de imóveis este ano estão: custos mais altos de construção, que moderaram um pouco em 2019, mas que devem subir novamente em 2020; escassez de mão de obra – 2019 teve a maior quantidade de ofertas de empregos na construção desde a Grande Recessão; e falta de terra disponível e acessível.

Esses três fatores foram apontados por Kristine Smale, vice-presidente sênior da Meyers Research, durante a cúpula realizada na semana passada das Tendências imobiliárias da Flórida em 2020, como os principais que podem restringir a oferta de imóveis no estado, segundo a Mortgage Professional America.

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Fonte: Gazeta News