Brasileiros são presos por esquema ilegal para cidadania na Itália

Uma megaoperação da polícia da Itália prendeu sete brasileiros e um padre que atuavam em um esquema ilegal para a concessão de cidadania italiana. As autoridades acreditam que mais de 800 cidadanias e 200 passaportes foram emitidos pelo grupo, que teria lucrado 5 milhões de euros atuando na província de Verbano Cusio Ossola, na região do Piemonte.

Em matéria publicada pelo Gazeta News em fevereiro de 2018 denunciando o esquema, as autoridades italianas já estavam cancelando mais de 800 cidadanias.

O grupo de sete brasileiros foi preso na província de Verbania e Novara, na região de Piemonte, Norte da Itália. A polícia italiana, que investiga o caso há um ano, apura ainda a possível participação de um padre italiano, de uma paróquia de Pádua, no esquema.

Uma operação chamada “carioca” da Guardia di Finanza di Lodi, realizada em julho de 2017, descobriu que funcionários, inclusive um chefe da policia municipal de Ospedaletto Lodigiano, recebiam propina de um casal de brasileiros atestando que as pessoas eram residentes naquela comunidade, de acordo com jornais locais.

Esses brasileiros tiveram sua cidadania italiana afetadas pelo reconhecimento “jure sanguinis” devido à “inexistência de todas as condições estabelecidas pelo pedido de registro junto ao município”, de acordo com o Tribunal de Lodi.

Brasileiros contestam cancelamento de cidadania italiana

A residência italiana permite que cidadãos de nacionalidade brasileira obtenham imediatamente – graças também à legislação “ius sanguinis” – a cidadania italiana e, consequentemente, o passaporte de um país da Comunidade Europeia que permite residir em qualquer país da UE. No entanto, a legislação exige que, para este procedimento, a residência habitual real no território do Estado seja verificada. Os funcionários públicos envolvidos, por outro lado, declararam falsamente a presença dos brasileiros em inspeções locais previamente acordadas, segundo o jornal italiano iL Giornale.

Um dos membros do grupo teria convencido um padre da Província de Pádua, no Vêneto, a falsificar um atestado de batismo para um solicitante de cidadania italiana. O grupo atuava na falsificação de documentos, reconstruindo relações parentais de imigrantes italianos que, na realidade, nunca existiram.

A operação, batizada de Super Santos, foi coordenada pelo procurador Sveva de Liguoro, após a prefeitura de Macugnaga desconfiar do elevado número de brasileiros residentes na cidade. As cidadanias foram canceladas depois do escândalo envolvendo pagamento de propina a um policial da cidade de Ospedaletto Lodigiano.

Itália cancela cidadania de mais de 800 brasileiros

As investigações duraram mais de um ano. O grupo gerenciava cerca de 60 apartamentos em cidades como Verbania e Novara, onde acomodavam os solicitantes de cidadania.

Segundo a emissora Rai, os criminosos mesclavam a atividade ilícita com as agências de turismo que administravam. Eles cobravam cerca de 7.000 euros (o equivalente a cerca de 30.000 reais) para um pacote que incluía a confecção dos documentos falsos, a residência na Itália, o auxílio no processo para a solicitação de cidadania e passeios turísticos.

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Fonte: Gazeta News