Como é o trabalho de um imagineer da Disney? Produtora conta

Jodi McLaughlin, atualmente produtora executiva de Portfólio, ingressou na Walt Disney Imagineering em 1987. Desde então, vem criando projetos que são verdadeiros sonhos aos visitantes e fãs de Disney. Em uma entrevista exclusiva à PANROTAS, durante o Fórum PANROTAS 2023, Jodi divide as alegrias e desafios de ser uma imagineer e de trazer à vida aquilo que suas equipes desenham por meses. De acordo com a executiva, isso é mágico! Confira abaixo três perguntas para Jodi.

PANROTAS / Filip Calixto

Jodi McLaughlin, da Walt Disney Imagineering

Jodi McLaughlin, da Walt Disney Imagineering

PANROTAS – Como é ser uma imagineer na Disney?

JODI MCLAUGHLIN – “É muito energizante. Em cada projeto aprendo algo novo, todo dia, algo que eu não sabia. Por termos 140 disciplinas diferentes, os imagineers trazem um nível de expertise enorme, o que nos faz aprender cada vez mais. São esses níveis de especialidade, as codependências e pontos de contato que cada disciplina tem uma com a outra que criam a experiência por inteiro. É tudo sobre storytelling, este é o nosso DNA. Sempre começamos perguntando qual é a história e, quando estabelecemos isso, colocamos diferentes fatores para solucionar e criar aquele enredo. No fim do dia temos um design bastante coeso, o que cumpre a satisfação do visitante de estar imersivo em um cenário onde tudo faz sentido”, explica.

PANROTAS – Como é este lado criativo da sua profissão?

JODI – “A criatividade vem de muitas maneiras. E, na Imagineering, acreditamos que todo mundo é um pensador criativo. Tudo que fazemos é mágica, seja algo técnico, artístico, de engenharia… Tudo tem um processo criativo. Por isso, logo no começo de um projeto gostamos de pensar grande. Temos alguns parâmetros, claro, mas, como produtora, gosto de deixar o time se aprofundar. Tudo é ‘e se?’. A partir daí começamos com as ideias chave que constroem uma história. No entanto, qualquer que seja a criação, precisamos respeitar o lugar em que aatração estará. Nós realmente nos preocupamos em respeitar a cultura local. É pensar quais são os elementos chave da atração, que prestem respeito e homenagem ao lugar em que está, mas trazendo uma experiência divertida e excitante aos visitantes”, conta.

PANROTAS – O que você mais gosta em ser uma imagineer e quais são os desafios e dificuldades?

JODI – “O que eu mais gosto é que tudo é uma página em branco. Gosto de pensar no que pode ser e ver toda essa criatividade incrível vir à vida. Tudo que sai de ideia dos cérebros das equipes vai se costurando. Os desafios que temos é justamente sobre essas ótimas ideias: agora como as traduzimos em um design, que tem de caber em um certo budget, em um cronograma? São muitos os parâmetros. São sempre ótimas oportunidades, mas também temos de aplicar algumas restrições. Então é sobre pensar em como vamos trabalhar juntos para chegar em um design viável. Outro desafio é manter o espírito de equipe quando algo dá errado. Gerenciar as expectativas das pessoas e lembrá-las que o projeto que estamos tocando é maior que todos nós”, afirma a executiva. Por fim, Jodi ressalta ainda que imagineers são ágeis, provocativos, espertos e trabalham duro. São conhecidos por pensar fora da caixa. “Uma das frases que costumamos dizer é: ‘quantos imagineers são necessários para trocar uma lâmpada?’, e a resposta é: ‘precisa ser uma lâmpada?’. É quem somos. Gostamos de questionar, de refletir de maneiras diferentes e não ter medo de pensar grande. Porque não existe isso de ideia ruim, tudo pode ser usado em diferentes espectros”, finaliza.

Esta entrevista faz parte da Revista PANROTAS de número 1.552, que traz a cobertura completa do Fórum PANROTAS 2023. Confira a edição digital abaixo.

Fonte: PANROTAS