Depressão: quando a vida perde o sentido

depressãoÉ importante focar na relação entre “vida” e “sentido”. Quando a relação está quebrada, se engendra a depressão.
Sentido é o que dá valor daquilo que você está fazendo. Este valor está inserido num contexto que tem uma história, um movimento progressivo. Nele se insere o “sentido”: o significado de algo, mas também sua direção. Logo, a depressão vem quando a vida não tem mais significado e direção.

Não basta uma coisa ser importante. Há inúmeras coisas importantes no mundo, nem todas terão sentido para mim. Para que uma coisa tenha importância e deva ser escolhida por mim ela deve se inserir na minha história como percurso de crescimento.

Nem sempre pensamos nessas coisas, se tende a viver a vida como vem, fazer as coisas que todos fazem, que estão aí para serem feitas, escola, namoro, trabalho, casa, dinheiro… Olhando mais de perto, não é tão simples assim: qual escola? O que na escola? O que acontece na escola para mim? Qual namoro? Qual é o trabalho que faz sentido para mim? O que me dá dinheiro? O que me dá dinheiro me dá felicidade? Felicidade é ter dinheiro? Saindo desse raciocínio banal, a verdadeira questão é como eu vou me sustentar fazendo algo que me dê satisfação e seja um espaço de crescimento para mim como pessoal e profissional?

Para responder a estas perguntas é preciso saber de si. Todas as respostas são individualizadas. Achando que sabemos, fazemos uma série de escolhas até que um dia percebemos que a verdade é que estamos deprimidos. Ago não está funcionando: a vida não faz sentido.

É o momento de rever a nossa existência como seres conscientes e descobrirmos mais a respeito de quem somos e o que realmente funciona para a gente. O que precisamos fazer para, de alguma forma, sermos mais?

Foi cientificamente provado que remédios para a depressão não debelam a depressão. Somente se associados à psicoterapia é que há uma chance de sucesso. O x da condição depressiva reside em se disponibilizar para compreender o que está acontecendo conosco.

Se as tentativas já feitas nessa direção não deram sucesso, se iniciativas tomadas não levaram a mudanças significativas é porque é preciso continuar na busca. A sua postura deve ser a de um cientista que está procurando compreender um fenômeno. O fato de continuar sem entender faz parte do processo de pesquisa. Pode demorar mais tempo do que gostaria.

Antes de se deixar cair no vazio da insensatez, que se mescla a preguiça/peso da vida se arrastando, falta de vontade de fazer qualquer coisa – antes: observe os sinais. Pare e reflita. Não se julgue e não minimize os sintomas.

Sobretudo, não tenha medo. Você terá que se pegar na mão e se forçar a fazer algumas poucas coisas para o seu bem, focando em se compreender e não mais em fugir.
Passos:

1. Escreva seus sonhos e como se sente, todos os dias, possivelmente no mesmo horário.
2. Vá à academia pelo menos três vezes na semana.
3. Leia um bom livro, nem que seja cinco páginas por dia. Leia, leia, leia.
4. Faça uma atividade de voluntariado uma vez por semana.
5. Faça terapia ou qualquer forma de autoconhecimento. Comece sua jornada.
Aguarde três meses e então confira novamente seu grau de depressão. Faça um balanço do que mudou e de como mudou. Estabeleça um novo prazo, desta vez com um objetivo a se realizar. E continue seguindo os passos acima, acrescentando o planejamento de determinada meta.
Mais três meses: como está? O que mudou?
Finalmente: qual novo sentido a depressão queria lhe trazer?

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Fonte: Gazeta News