EUA: Deputada democrata chama Bolsonaro de genocida e defende intervenção dos EUA no Brasil

A interpretação de que o presidente da República Jair Bolsonaro é genocida por causa da forma como lida com a pandemia, defendida pelas siglas de oposição, ultrapassou as fronteiras do Brasil e chegou a ao menos uma integrante do Partido Democrata dos Estados Unidos. Baseada na Flórida, Pam Keith está defendendo até mesmo intervenção norte-americana no Brasil.

Pam Keith disse isso em sua conta no Twitter no sábado (27.mar.2021). “Bolsonaro é um bruto corrupto, genocida, incompetente”, escreveu. Na véspera, havia tuitado que a situação da pandemia no Brasil é um problema sério e que os Estados Unidos deveriam liderar uma intervenção internacional. Em 2020, ela concorreu a uma vaga de deputada federal pelo 18º distrito da Flórida. Teve 41,5% dos votos e perdeu para o republicano Brian Mast, que teve 56,3%. Pam Keith serviu na Marinha dos EUA de 1995 a 1999. As informações são do site americano BallotPedia.

Nos Estados Unidos, os 435 assentos da Câmara dos Deputados são preenchidos pelo sistema distrital. São eleitos os candidatos mais votado de cada um dos 435 distritos. O fato de Pam Keith ter sido derrotada não elimina sua importância entre eleitores locais que preferem o Partido Democrata, daí ser relevante sua postagem nas redes sociais sugerindo intervenção no Brasil.

A escalada das mortes pelo coronavírus no Brasil foi destaque na imprensa norte-americana neste sábado. O jornal The New York Times, o mais importante do mundo, publicou e deu destaque a reportagem sobre o colapso do sistema de saúde brasileiro. Até agora ao menos 310.550 pessoas foram mortas pelo vírus no Brasil. O número de vitimas registradas por dia tem batido recordes. Na 6ª feira (26.mar.2021) e no sábado (27.mar) ficou acima de 3.000.

Os Estados Unidos são o único país com mais mortos do que o Brasil em números absolutos, segundo o site Worldmeters, com 562.063 vítimas. O número de novos casos e novas mortes por dia, porém, vem em forte queda. Bolsonaro minimizou a pandemia em diversos momentos, assim como o ex-presidente dos EUA Donald Trump. Em 20 de janeiro o republicano Trump deixou a Casa Branca. Deu lugar ao democrata Joe Biden.

A mudança tirou de Bolsonaro sua principal referência global e reduziu o respaldo internacional a suas políticas. O Partido Democrata, pelo qual Pam Keith disputou vaga na Câmara dos Deputados em 2020, é crítico a outras políticas de Bolsonaro além da forma de lidar com a pandemia. Por exemplo, em relação ao meio ambiente.

Num outro sinal de que a imagem brasileira durante a pandemia no exterior se deteriora, Ian Bremmer, integrante da empresa de consultoria Eurasia, publicou em sua conta pessoal no Twitter uma avaliação negativa do desempenho de Jair Bolsonaro, dizendo que o Brasil oferece a “pior resposta gerencial” à crise do coronavírus entre “qualquer grande economia”. Para ilustrar sua postagem, Bremmer usou uma fotografia de Bolsonaro no momento em que o presidente colocava uma máscara, quando o equipamento ainda estava sobre os olhos:

// Fonte: Poder 360.

Fonte: Brazilian Press