Alô, Rússia: o Brasil também produz e vende champanhe

Desde 1812 não era tão pesado o climão entre França e Rússia: o presidente Vladimir Putin decretou que só o espumante russo pode ser rotulado sob o nome champanhe, atropelando acordo internacional centenário e a geografia (Champagne é uma região francesa). Porque se Putin quer Putin faz.

Ele não deve saber que o Brasil também faz e vende champanhe. A vinícola gaúcha Peterlongo é a única no país autorizada, por lei nacional, a usar a denominação.

A justificativa: a Peterlongo já chamava o espumante de champanhe em 1920, quando o Tratado de Versalhes ratificou o Protocolo de Madri (1891), que concedeu à França a exclusividade da nomenclatura.

Os vinicultores gaúchos rotulam como “champagne” (com gê e ene) seus vinhos espumantes mais caros, feitos pelo método tradicional (com segunda fermentação, que gera as bolhas, feita na própria garrafa) e maturados por 36 meses.

Na loja da Peterlongo, o champanhe gaúcho custa R$ 176,90. O “similar” francês não sai por menos do que o dobro. Que eu saiba, o champanhe russo não chega ao comércio brazuvski.

Na Rússia, o produto francês precisará incluir o termo “vinho espumante” na etiqueta. Que o Putin não nos leia… ou a mão forte da Mãe Rússia pode agir com fúria contra o champanhe brasileiro.

(Siga e curta a Cozinha Bruta nas redes sociais.  Acompanhe os posts do Instagram, do Facebook  e do Twitter.)

Fonte: Folha de S.Paulo