Capitais europeias devem perder visitantes para Ásia e África

Nas próximas décadas, destinos populares como Veneza e Barcelona devem perder turistas para regiões menos exploradas do mundo, segundo consultores.

“Há uma tendência clara, especialmente entre as pessoas com menos de 50 anos, de buscar uma viagem autêntica e encontrar lugares interessantes e menos conhecidos”, afirma o futurólogo britânico Ray Hammond, que publicou um estudo sobre o turismo em 2040

Os novos viajantes querem ter uma experiência única, não apenas repetir um trajeto feito por várias pessoas.

Outra explicação para o aumento da procura por destinos alternativos é a consciência de que o excesso de visitantes prejudica as cidades e a vida dos seus moradores. 

“Sempre vamos ter Paris, Roma, Rio de Janeiro, esses não são grandes destinos turísticos à toa, mas a nova geração questiona por que só esses lugares são turísticos”, afirma Stefano Arpassy, da consultoria WGSN. 

A Ásia e a África são regiões atrativas para esse perfil de viajante. Visitar a Jordânia para conhecer os patrimônios históricos da humanidade em Petra, por exemplo, será algo mais cobiçado do que ver peças de civilizações antigas no Museu do Louvre, em Paris. Da mesma forma, ir ao Egito será mais valorizado do que ver múmias no Museu Britânico, em Londres. 

Segundo a professora de turismo da USP Mariana Aldrigui, cidades africanas estão investindo no turismo para atrair mais visitantes. Ela indica visitar Cidade do Cabo, na África do Sul, pelas vistas “a partir da Table Mountain, vinícolas e manifestações artísticas em praticamente todo canto da cidade”.

Destinos alternativos na Europa também farão sucesso. O influenciador de viagens Lucas Estevam, do blog Estevam Pelo Mundo, sugere a Eslovênia como alternativa para quem já visitou as capitais mais populares da Europa, como Lisboa e Roma. “É um país seguro, barato e de fácil acesso”, diz.

Para férias de verão no mar Mediterrâneo, as Ilhas Gregas podem ser substituídas pela ilha de Djerba e a cidade de Hammamet, ambas na Tunísia, que são banhadas pelas mesmas águas. 

De acordo com Simone Scorsato, diretora-executiva da BLTA, associação brasileira de turismo de luxo, a Tunísia tenta “reforçar e valorizar sua cultura por meio do turismo”, requisitos que devem ser valorizados pelos viajantes do futuro. 

Fonte: Folha de S.Paulo