Queda de executivo expõe Petrobras e economia ao populismo

Claro que ajustes tinham de ser feitos, e um otimista pode até acreditar que os meses restantes do velório do governo Michel Temer possam abrigar isso, mas é mais fácil crer na volta da irresponsabilidade.
O próximo presidente acaba de ganhar mais uma pergunta obrigatória pré-eleição. Os sinais pendulares da maioria dos pré-candidatos não foram até aqui animadores, até porque a população ainda considera a empresa uma espécie de bezerro de ouro a ser venerado, como indica a pesquisa da terça (29).
Para Temer, há o simbolismo extra da perda de uma pilastra que sustentava a parte ainda respeitada do governo. Sem ele e Henrique Meirelles (ex-Fazenda), que abandonou o naufrágio para tentar aventura presidencial para lá de incerta, sobra no “dream team” que o mercado via na economia um solitário Ilan Goldfajn (Banco Central).
A surra política aplicada na greve ao sucessor de Meirelles, o respeitado técnico Eduardo Guardia, é prenúncio da tentação populista que deverá influenciar o debate eleitoral –e não para melhor.Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Fonte: Folha de S.Paulo