Viajantes do Brasil vacinados poderão entrar no Reino Unido sem fazer quarentena

O governo do Reino Unido aprovou a eliminação da exigência de quarentena em hotéis para viajantes de 47 países, reduzindo a chamada lista vermelha britânica para apenas sete nações.

Assim, turistas partindo do Brasil com esquema de imunização completo serão autorizados a entrar no país europeu sem a necessidade de realizar confinamento após o desembarque.

A lista de nações permitidas inclui também África do Sul, Índia e Turquia. Os recém-chegados totalmente vacinados terão de apresentar, no segundo dia em território britânico, um teste negativo para a Covid.

De acordo com informações dadas pelo secretário de Transportes do Reino Unido, Grant Shapps, nesta quinta (7), as mudanças começam a valer na próxima segunda-feira (11).

A lista de países que continuam sujeitos à quarentena de dez dias em um hotel —com estadia custeada pelo próprio turista— é dominada por latino-americanos: Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Peru e Venezuela. O governo britânico justifica a permanência dessas nações em razão da preocupação com as variantes lambda e mu, presentes na região.

As vacinas autorizadas pelo Reino Unido são as da AstraZeneca, da Pfizer, da Moderna e da Janssen. Por isso, turistas brasileiros completamente imunizados com a Coronavac ou parcialmente imunizados com qualquer fármaco serão sujeitos a outras exigências.

Eles terão de realizar um teste três dias antes do embarque e cumprir dez dias de quarentena, com a opção de fazer um teste para serem liberados no tempo mínimo de cinco dias —nesses casos, o isolamento pode ser feito no local de estadia, não necessariamente em um hotel.

As autoridades frisaram que o relaxamento das regras não se aplica no caso de o turista ter visitado um país da lista vermelha nos dez dias anteriores à chegada ao Reino Unido. As informações completas, com detalhamento de como apresentar e solicitar os testes, estão disponíveis no site do governo britânico.

O embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson​, felicitou o afrouxamento das regras para brasileiros. “Com isso, trocas entre nossos países serão muito, muito mais fáceis”, disse, em vídeo.

Como mostrou a Folha, o governo de Jair Bolsonaro vinha pressionando o Reino Unido para a eliminação da quarentena obrigatória. O ponto de preocupação é a participação da delegação brasileira na COP 26, reunião global sobre o clima, que será realizada a partir de 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.

No caso de participantes que viajarão para o evento, o Reino Unido aceitará todos os imunizantes, mesmo a Coronavac, para liberar a exigência da quarentena. O presidente Bolsonaro, porém, afirmou reiteradamente em declarações públicas —inclusive na presença do premiê britânico, Boris Johnson— não ter se vacinado.

A indústria britânica do turismo perdeu dois verões inteiros por consequência das restrições de viagens impostas para conter a disseminação do vírus. Companhias aéreas vinham pleiteando que o governo revisse as regras, sob a justificativa de que testes caros e exigências que mudavam com frequência atrasavam o reaquecimento do setor, deixando a indústria do país atrás de seus pares europeus.

“Restaurar a confiança das pessoas nas viagens é a chave para reconstruir nossa economia e nivelar o país”, disse Shapps, secretário de Transportes. “Com menos restrições e mais pessoas viajando, todos poderemos continuar avançando com segurança rumo à recuperação.”

A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, também afirmou que o relaxamento das regras vai ao encontro dos objetivos sociais e econômicos do país. “Estamos atingindo o equilíbrio certo entre manter as pessoas seguras, o que continua sendo nossa prioridade, e dar a elas a liberdade de exercer responsabilidade pessoal, ao mesmo tempo que apoiamos o setor de viagens.”

O anúncio do governo britânico vem pouco mais de um dia após o Brasil retirar as restrições que impediam a entrada de passageiros vindos do Reino Unido, da África do Sul e da Índia.

De acordo com decisão publicada no Diário Oficial na noite de terça (5), os viajantes precisarão apresentar um teste negativo para a Covid. Poderão ser entregues o teste de antígeno, realizado até 24 horas antes do momento do embarque, ou laboratorial RT-PCR, realizado até 72 horas antes do embarque.

Os viajantes também deverão apresentar à companhia aérea um comprovante, impresso ou eletrônico, da Declaração de Saúde do Viajante (DSV), por meio do qual concordam com as medidas sanitárias que devem ser cumpridas durante o período em que estiverem no Brasil.

O formulário está disponível no site da Anvisa e deve ser apresentado até 24 horas antes do embarque.

Fonte: Folha de S.Paulo