Ilha do Corvo: o primeiro território português onde todos foram vacinados

A paisagem verde de doer da Ilha do Corvo: natureza exuberante

A paisagem verde de doer da Ilha do Corvo: natureza exuberante (Catarina Maia Amaral/Reprodução)

Os habitantes da pequena e remota Ilha do Corvo, nos Açores, já podem se gabar de um recorde cobiçadíssimo por todo o mundo: o de ter toda a sua população vacinada contra o coronavírus. Trata-se da primeiro território português a alcançar o feito.

Os antigos moinhos: parte da paisagem

Os antigos moinhos: parte da paisagem (Catarina Maia Amaral/Reprodução)

Com apenas 6,24km de comprimento e 3,99km de largura, a ilhota de apenas 17 quilômetros quadrados conseguiu o recorde nacional no final da semana passada, quando pouco mais de 300 pessoas receberam a primeira dose. A segunda será dada em março. O destino passou praticamente incólume pela pandemia: o único caso de Covid-19 foi registrado no último dia 23 de janeiro.

Dimensões diminutas: apenas 17 quilômetros quadrados!

Dimensões diminutas: apenas 17 quilômetros quadrados! (Catarina Maia Amaral/Reprodução)

Declarada Reserva da Biosfera pela Unesco em 2007, a menor e mais remota entre as 9 ilhas que compõem o arquipélago coleciona diminutivos. Praia de areia tem uma só – que chama, adivinhem, Praia da Areia (o resto da costa é escarpado). Igreja também tem apenas uma, a de Nossa Senhora dos Milagres, de 1795. Padaria? Uma também. Hotel? Idem (além de uma casa de hóspedes). Ambos na única vila da ilha, claro.

Mas os diminutivos param por aí. A natureza do Corvo é superlativa. O verde, dos mais verdes que há. O azul do mar, de uma intensidade sem fim. Tudo em contraste com as casas branquinhas do vilarejo à beira do Atlântico.

A única vila da ilha: casas branquinhas, pouco mais de 300 habitantes

A única vila da ilha: casas branquinhas, pouco mais de 300 habitantes (Turismo Açores/Reprodução)

Os moinhos de vento fazem parte da paisagem. Eram usados para fazer a farinha de milho que dá origem a uma das iguarias mais famosas de lá: o pão de milho, que costuma escoltar todas as refeições (a outra delícia local é um queijo de vaca feito artesanalmente a partir do leite cru e batizado com o nome da ilha).

Mas o grande postal local é sem dúvida o Caldeirão, que denuncia a origem vulcânica do Corvo: uma grande cratera com exatos 2,3 quilômetros de diâmetro e 320 metros de profundidade, com uma lagoa cenográfica lá embaixo.

O Caldeirão: cartão-postal da ilha

O Caldeirão: cartão-postal da ilha (Catarina Maia Amaral/Reprodução)

Guarde bem esta imagem: o paraíso, agora, é mais paraíso ainda!

Nota: As fotos que ilustram esta matéria (com exceção da imagem da vila) são de autoria de Catarina Maia Amaral, uma americana que vive na Ilha de São Miguel, também nos Açores, e não perde a oportunidade de pular de ilha em ilha, sempre clicando suas paisagens remotas com um olhar sensível. “O que torna o Corvo especial é a sua comunidade única”, diz ela. “Todos naquela ilha são como uma grande família e se você respeitar seu pequeno paraíso, terá amigos para a vida toda!”

Fonte: Viagem e Turismo