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Imigração: Blasio ignora pedido de colaboração com o ICE

Foto22 Bill de Blasio scaled Imigração: Blasio ignora pedido de colaboração com o ICE
“Trata-se do ICE atuando como uma ala do comitê de campanha de Donald Trump. Trata-se de demonizar imigrantes e pessoas de cor”, disse Blasio

A decisão faz parte do contínuo impasse entre o governo Trump e as cidades liberais sobre o tema

O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, ignorou o pedido das autoridades federais de imigração de cooperar com eles para manter os imigrantes indocumentados criminosos fora das ruas, informou um funcionário do Departamento de Imigração & Alfândega (ICE) ao canal de TV Fox News, na segunda-feira (2). A decisão faz parte do contínuo impasse entre o governo Trump e as cidades liberais sobre o tema.

“É decepcionante que não tenhamos resposta do gabinete do Prefeito desde que a carta foi entregue em 13 de fevereiro. Nas últimas três semanas, o ICE prendeu 112 estrangeiros criminosos e pessoas que representavam ameaças à segurança pública e que haviam sido liberadas pela Lei de Reforma de Fianças”, disse um alto funcionário do ICE, referindo-se a uma lei controversa promulgada pelo estado de Nova York que reduz o uso de fiança. “Trata-se de segurança pública, não política. Para a segurança de todos os nova-iorquinos, o ICE implora ao gabinete do Prefeito que encontre uma maneira de nos ajudar a ajudá-los”.

Na carta, o diretor interino de imigração e fiscalização aduaneira, Matt Albence, escreveu ao prefeito democrata, pedindo maior cooperação entre a cidade e o ICE no combate ao crime.

“Embora a política de imigração continue sendo um assunto que está sujeito a um vigoroso debate em nosso país, a necessidade das fiscalizações federal e local cooperarem para garantir que os criminosos sejam mantidos fora das ruas não deve ser um assunto polarizador”, afirmou Albence. “As autoridades da cidade de Nova York e o ICE ainda compartilham uma missão comum: manter as comunidades que dependem de nós no que diz respeito à segurança”.

Ainda na carta, Albence solicita “que você reconsidere a variedade de ordenanças, ordens, práticas e políticas que a cidade de Nova York implantou as quais dificultam com que os policiais que servem tanto a cidade de Nova York quanto ao ICE realizem seus respectivos deveres”. Além disso, ele também solicitou que Blasio entrasse em contato com ele, caso deseje discutir mais o assunto.

O ICE alega que houve um silêncio desde que a carta foi enviada. Ela seguiu na mesma semana em que Blasio descreveu o ICE como uma “força ilegítima” depois que um agente do órgão foi atacado enquanto tentava cumprir uma ordem de deportação contra um imigrante indocumentado na cidade de Nova York.

“Trata-se do ICE atuando como uma ala do comitê de campanha de Donald Trump. Trata-se de demonizar imigrantes e pessoas de cor. É o que realmente está acontecendo aqui”, disse Blasio em um programa de rádio local.

O Prefeito assumiu a posição de extrema esquerda no que diz respeito à imigração e se manteve firme na continuação das políticas “santuário” da cidade de Nova York. Tais políticas limitam a cooperação local com as autoridades de imigração e impedem que as autoridades de segurança acatem as ordens de prisão emitidas pelo órgão, ou seja, alertar o ICE quando um imigrante indocumentado for libertado da custódia local.

A política santuário tem sido alvo de críticas depois que Maria Fuertes, de 92 anos, foi agredida e atacada sexualmente por um imigrante indocumentado, supostamente liberado pela polícia em novembro, apesar de ele ter uma ordem de prisão emitida pelo ICE.

“A tragédia disso tudo é o fato de que isso poderia ter sido evitado, se não houvesse a lei santuário”, disse a neta da vítima, Daria Ortiz, em um discurso emocionado no mês passado. “A tragédia é que minha avó nunca mais estará aqui novamente”.

Os defensores das cidades-santuário argumentaram que isso torna as comunidades mais seguras, incentivando as vítimas ou testemunhas de crimes a cooperar com as autoridades de segurança.

“As táticas de medo do governo Trump destroem a confiança no cumprimento das leis. O dia em que a nossa polícia começar a investigar o status migratório é o dia em que as pessoas param de denunciar crimes e compartilhar informações. É o dia em que deixamos de ser a cidade mais segura da América. Não deixaremos que isso aconteça”, disse Blasio em janeiro.

Em sua carta ao Prefeito, Albence observou que o Escritório de Remoções & Cumprimento das Leis, subordinado ao ICE, em Nova York, emitiu ordens de prisão contra 7.526 indivíduos que tinham antecedentes criminais, incluindo 3.500 por agressões, 1.500 DUIs (dirigir intoxicado), 1 mil crimes sexuais, 1 mil crimes com armas, 500 roubos e 200 homicídios.

“Dados do ICE revelam que, durante o mesmo período, pelo menos 4 mil ordens de prisão foram recusados e nossa liderança local informou que a cidade de Nova York acatou apenas 25 pedidos de prisão”, escreveu ele.

Além disso, Albence considerou as alegações de que o ICE prenderia as vítimas de crimes que estão cooperando com as autoridades “uma falsidade flagrante”.

A carta e o fato de Blasio ignorá-la fazem parte do impasse migratório entre o estado de Nova York e a administração Trump.

Fonte: Brazilian Voice