Direito de imagemGetty ImagesImage caption Mulheres comemoram resultado de referendo na Irlanda, que representa grande mudança na conservadora sociedade do país O papa Francisco tem planejada uma viagem à Irlanda daqui a três meses. E deve encontrar um país que, apesar de forte tradição católica e socialmente conservador, está revertendo aspectos importantes que foram legado de uma visita papal prévia.
Foi em 1983, quatro anos após uma trifunal visita do então papa João Paulo 2º, que o povo irlandês votou para colocar na Constituição a chamada Oitava Emenda.
Essa emenda igualava os direitos dos não nascidos aos de suas mães e, na prática, proibia o aborto em praticamente todos os casos – exceto se houvesse risco de vida para a mãe.
Em novo referendo na sexta-feira, porém, os irlandeses votaram por derrubar a Oitava Emenda. Segundo os resultados divulgados neste sábado, foram 66,4% dos votos a favor do fim da legislação, e 33,6% contra.
Agora, caberá ao Parlamento propor e votar uma lei de caráter mais liberalizante ao aborto – em uma mudança “sísmica” na sociedade irlandesa. Há relatos de que o governo planeja apresentar até o final deste ano uma lei que autorize o acesso irrestrito ao aborto nas 12 primeiras semanas de gestação.