Morre na Flórida o pioneiro Marcos dos Santos, o Magrão

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Marcos dos Santos, o Magrão, chegou aos EUA no início da década de 1970 e ajudou muitos conterrâneos a se erguerem em New Jersey

Magrão chegou aos EUA com o desejo de assistir a um show do grupo britânico Led Zeppelin, mas acabou ficando

A comunidade brasileira de New Jersey está de luto. Morreu em Kissimmee, na Flórida, o mineiro Marcos dos Santos, o Magrão, que chegou aos EUA em 1970 e ajudou muitos conterrâneos a se estabelecerem em terras americanas.

Magrão nasceu na capital mineira no dia 10 de junho de 1952 e era o mais velho de 5 irmãos. Chegou a New Jersey durante a Copa do Mundo realizada no México, no verão de 1970, com o desejo de assistir a um show do grupo britânico Led Zeppelin, mas acabou ficando e constituindo família, casando-se com Jane Santos, sua primeira e única namorada.

Com o passar do tempo, ele trouxe os irmãos Cacá, Torró e Cubu, que também ficaram muito conhecidos na comunidade.

Formado em Química, destacou-se com a cromagem de metais e foi, durante muito tempo, encarregado geral numa empresa norte-americana que empregou muitos brasileiros.

Conhecido pela generosidade, foi fundamental para que muitos compatriotas se ambientassem e conseguissem espaço de trabalho e moradia, numa época em que a comunidade brasileira se resumia apenas a algumas centenas de pessoas.

“Numa ocasião o Magrão hospedou uns músicos de Belo Horizonte em sua casa. Somente após seis meses eles conseguiram arrumar trabalho e casa para viver. Eles criaram o Brazilian Energy e se tornaram a banda brasileira mais famosa nos EUA em todos os tempos. Eles continuaram amigos do meu irmão até a sua morte”, conta Cacá Santos.

“Magrão era muito generoso e era capaz de tirar a roupa do corpo para oferecer a alguém com necessidade”, relembra Cacá.

Após mais de 5 décadas vivendo em New Jersey, cansado do frio e enfrentando problemas de saúde, Magrão resolveu se mudar com a esposa para Kissimmee, Flórida, onde viveu seus últimos anos. Em New Jersey, antes de se mudar para o sul do país, venceu um câncer e teve que amputar uma perna devido a uma trombose.

No último domingo, Magrão recebeu a visita de um casal de amigos e sentiu uma indisposição. Ele chamou a esposa Jane, a quem chamava carinhosamente de Neguinha:

“É, Neguinha desta vez eu acho que não vou aguentar. Eu vou embora, vou partir” relata Cacá Santos, emocionado.

Segundo Cacá Santos, na segunda-feira, Magrão caiu de sua cadeira de rodas e veio a falecer, vítima de insuficiência respiratória e trombose.

Apesar de amado por tantas pessoas, não haverá velório aberto ao público.O corpo será cremado. Ele deixa a esposa Jane, os filhos Paul e Mônica e cinco netos.

Fonte: Brazilian Voice